Além de talento e um bom carro, um grande campeão também precisa estar cercado de boas pessoas para chegar ao sucesso. Ayrton Senna teve grandes amigos e conselheiros em sua carreira, e um deles foi Domingos Piedade.
O português, que entre tantas funções em sua vida, foi jornalista, inventor do carro médico na F1, diretor do autódromo de Estoril e vice-presidente da AMG- Mercedes, foi uma pessoa muito ligada aos grandes pilotos da F1, como Ayrton Senna, Michael Schumacher e Emerson Fittipaldi.
Piedade esteve junto com Senna em seus primeiros anos na Europa, correndo de monopostos, e teve participação fundamental para levar Ayrton em sua única corrida oficial de endurance, nos 1000 km de Nurburgring. Ele intermediou o contato entre Senna e o dono da equipe, Reinhold Joest, para que Senna corresse no Porsche 956. O próprio Joest relembrou essa história ao Senna TV junto com Lucas Di Grassi, em 2016.
“Meu amigo e naquele momento gestor da equipe Joest Racing, Domingos Piedade, veio para mim outro dia e disse: ‘sabe, eu gostaria de dar ao meu amigo Senna a grande chance de pilotar o seu carro nessa corrida em Nurburgring’. Eu disse: ‘não é uma má ideia. Traga-o aqui”.
A equipe de Joest e Domingos Piedade foi campeã das 24 Horas de Le Mans justamente em 1984 e 1985.
Narrador de F1 da TV Globo, Galvão Bueno também relembrou uma frase célebre de Domingos Piedade sobre Ayrton ao Senna TV. “Uma vez nós fizemos uma enquete e perguntamos para várias pessoas a diferença de Ayrton Senna para os outros pilotos. O Domingos Piedade disse assim: ‘O dia de todo mundo tem 24 horas, o dia dele (Senna) tem 25 horas’. Ele trabalha mais do que os outros”, contou Galvão.
Domingos Piedade faleceu em 30 de novembro de 2019 aos 75 anos idade.