Gp da Bélgica 1992

Fórmula 1

Grande Prêmio da Bélgica

A Fórmula 1 chegava na Bélgica já com o campeão da temporada de 1992 definido. Com uma Williams infinitamente superior, Nigel Mansell deu poucas chances para os adversários naquele ano, mas viu Ayrton Senna vencer a corrida em que havia sacramentado o título, na Hungria, duas semanas antes da prova belga.

Na semana anterior da corrida em Spa-Francorchamps, Ayrton Senna teve um longo encontro com Niki Lauda para acertar a sua ida para a Ferrari. Não deu certo.

“Lauda abriu o jogo ao lamentar que não poderia me prometer um carro vitorioso em 1993. Garantiu que eu seria um Deus na equipe, mas o programa para ganhar o campeonato estava previsto para 1994”

O piloto desistiu assim de correr pela escuderia italiana.

O fim de semana na Bélgica foi bastante agitado. Nos treinos livres, um acidente envolvendo o francês Éric Comas acabou sendo tão memorável quanto a própria corrida no domingo. O piloto da Ligier bateu forte na curva Blanchimont, em um dos vários trechos de alta velocidade do circuito. O motor do carro permaneceu ligado, enquanto o piloto estava inconsciente após a batida com a barreira de pneus. Ayrton Senna parou a sua McLaren, correu em disparada até a Ligier, e desligou o motor do carro, salvando a vida do colega de profissão, que em seguida foi atendido pela equipe de resgate.

No treino classificatório de sábado, Ayrton conseguiu fazer o segundo melhor tempo, ficando logo atrás de Nigel Mansell na primeira fila. A segunda fila tinha Michael Schumacher da Benetton e Riccardo Patrese, companheiro do britânico na Williams.

Recordista de vitórias do GP da Bélgica na época, Senna vinha de quatro vitórias consecutivas em Spa-Francorchamps: 1988, 1989, 1990 e 1991. Apesar de largar na primeira fila, ele sabia que não tinha como competir com a Williams em condições normais em uma pista extremamente veloz.
No seletivo circuito belga, que ele tanto gostava, Ayrton liderou com pneus de pista seca e de chuva. Começou a corrida assumindo a ponta quando a pista ainda estava seca, logo após a primeira curva. Depois, foi superado por Mansell e por Patrese, que fizeram a troca para os pneus de chuva, deixando o brasileiro novamente na frente.

A equipe McLaren, sabendo que somente poderia sair vencedora com uma tática diferente da equipe rival, apostou na estratégia de deixar Senna na pista. Os planos somente dariam certo se a chuva parasse rapidamente, o que não aconteceu. Com o erro na programação do pit stop, Ayrton perdeu muito tempo para os rivais, que já haviam feito a parada e viraram bem mais rápido que ele na pista.

Na 14ª volta, quando finalmente a McLaren chama Ayrton para os boxes, a corrida já se mostrava totalmente comprometida. O brasileiro saiu do pit em 14º e precisou dar mais um show de recuperação na pista.

Mais tarde, na volta 30, quando o asfalto começava a secar novamente, Schumacher comete um erro que seria providencial para sua própria vitória. Ele roda sozinho e decide entrar para os boxes. A Benetton aposta em um composto de pneus ‘slick’, fundamental para o alemão ir até o final da prova. As Williams e a McLaren não reagiram de imediato e acabaram perdendo tempo, ficando mais lentas que o alemão na pista.

Na estratégia, Michael Schumacher (Benetton) conquistou a sua primeira vitória na carreira, em pódio completado por Mansell e Patrese, justamente um ano após a estreia do alemão, que também tinha acontecido na Bélgica, em 1991, com a equipe Jordan. Martin Brundle, companheiro do alemão, foi o quarto. Senna completou a prova em quinto e Mika Hakkinen foi o sexto com a Lotus.

Pela maneira em que o final de semana começou, os dois pontos conquistados por Ayrton na Bélgica tiveram pouca importância perto do ato corajoso do piloto em ajudar um colega de profissão em apuros.

Fórmula 1

Gp da Bélgica

Grid de largada

A Corrida

Senna na corrida

Grid de largada

N. Mansell

Ayrton senna

m. schumacher

r. patrese

j. alesi

g. berger

t. boutsen

m. hakkinen

m. brundle

10º

j. herbert

11º

g. tarquini

12º

i. capelli

13º

a. de cesaris

14º

m. alboreto

15º

E. Van de Poele

16º

j. lehto

17º

s. modena

18º

K. Wendlinger

19º

p. martini

20º

b. gachot

21º

e. naspetti

22º

O. Grouillard

23º

G. Morbidelli

24º

m. gugelmin

25º

a. suzuki

26º

U. Katayama

27º

A Corrida

44

voltas

26

carros

8

abandonos

1’53”791

volta mais rápida

Tempo Chuvoso

Pódio

M. Schumacher

N. Mansell

R. Patrese

Senna na Corrida

posição final

posição no campeonato após a prova

posição de largada

2

pontos somados no campeonato

1’54”088

melhor volta

Niki Lauda abriu o jogo ao lamentar que não poderia me prometer um carro vitorioso em 1993. Garantiu que eu seria um Deus na equipe, mas o programa para ganhar o campeonato estava previsto para 1994” (sobre a negociação com a Ferrari)

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