Gp da Alemanha 1989

Fórmula 1

GRANDE PRÊMIO DA alemanha

Ayrton Senna chegou a Hockenheim muito alegre. Até soava estranho aquele bom humor para quem não havia terminado as últimas quatro corridas, sendo que em três delas a vitória ficou com o seu rival Alain Prost.
A McLaren do brasileiro tinha quebrado nos Grandes Prêmios de Estados Unidos, Canadá e França, além do erro de troca de marchas que ocasionou uma rodada na Inglaterra, permitindo que o francês abrisse 20 pontos de vantagem na briga pelo título.

Mas Senna não parecia sob pressão. Ao contrário, estava confiante de que seria na Alemanha o seu reencontro com as vitórias. Mal o treino iniciou e ele cravou a pole position provisória, ratificando a definitiva até o fim do classificatório.

A melhor volta de Ayrton no treino foi realizada em 1min45s884, 0s995 à frente de Prost, seu companheiro de equipe. A segunda fila foi formada pelas Ferrari de Nigel Mansell e de Gerhard Berger, com o britânico na frente. A terceira tinha duas Williams: o italiano Riccardo Patrese e o belga Thierry Boutsen, que finalmente havia conquistado sua primeira vitória no GP do Canadá no mês anterior.

O resultado do sábado animou ainda mais Senna para a largada. O brasileiro já havia vencido em Hockenheim no ano anterior e o triunfo tinha sido bastante importante para a conquista do seu primeiro título mundial ao final da temporada de 1988.

Com o forte motor V10 da Honda, a equipe McLaren imaginava que seus dois pilotos lutariam apenas entre si nas longas retas da pista alemã. E no domingo foi justamente isso que aconteceu, mas não sem antes Senna tomar um susto. Por causa de um problema no radiador, o brasileiro precisou largar com seu carro reserva.

Na largada, Berger deu um salto espetacular e pulou de quarto para primeiro. Após a primeira curva, Senna pegou o vácuo da Ferrari, tirou para a direita e já recuperou a liderança. Alain Prost esperou chegar na segunda grande reta e também concluiu a ultrapassagem sobre Berger. O desempenho das McLaren era muito superior ao das Ferrari.

A corrida em Hockenheim foi recheada de acidentes. Na quarta volta, Thierry Boutsen colidiu com a Benetton do italiano Emanuele Pirro, destaque das primeiras voltas e que largou da nona posição. O belga abandonou, enquanto Pirro continuou na pista.

Na 14ª volta, foi a vez de Berger entrar para a lista de acidentes. O piloto da Ferrari errou a freada antes da chicane, pegou brita fora do traçado e perdeu seu bico. Com isso, Mansell assumia o terceiro lugar.

Dominando a prova, as McLaren andavam bastante próximas. Sem conseguir tomar a liderança de Senna, Prost decide colocar pneus novos na volta 16. O time de Woking errou no pit stop, demorando 18 segundos, e o francês perdeu um tempo precioso na luta com o brasileiro.

Prost voltou em quarto, mas logo depois Mansell também parou para trocar pneus na volta 17. E, assim como Prost, sua equipe também perdeu tempo: a roda dianteira esquerda não ficou totalmente presa e os mecânicos precisaram refazer o trabalho.

Na volta seguinte ao pit de Mansell, Senna entrou no box. Os mecânicos novamente tiveram problemas e sofreram para colocar o pneu traseiro direito no carro número 1. A vantagem que o brasileiro tinha para Prost foi totalmente perdida e a parada nos boxes demorou 23 segundos. Como Pirro também foi para o seu pit stop na mesma volta do brasileiro, Prost assumiu a ponta.

Na volta 26, Pirro estava atrás apenas das McLaren e de Mansell, mas abandona após errar a freada da terceira chicane e bater sua Benetton nas placas de isopor. Com isso, Riccardo Patrese assumia o quarto lugar.

A partir daí, a corrida ficou apenas com os holofotes no duelo entre Senna e Prost. O francês tinha uma vantagem de quatro segundos para o brasileiro, que foi tirando décimo por décimo a diferença do rival até as voltas finais.

No giro 43, na antepenúltima volta, quando Prost tinha menos de um segundo de vantagem para Ayrton, o brasileiro pisou fundo e fez a ultrapassagem. O francês diminuiu o ritmo, pois tinha problemas de câmbio e cruzou a linha de chegada 18 segundos atrás de Senna. Mansell completou os três primeiros com a Ferrari.

Depois do pódio, quando recebia as honras da vitória completa, com pole position e volta mais rápida, Senna falou sobre o fato de ter diminuído a desvantagem de 20 para 17 pontos (53 a 36) no campeonato em relação a Prost.

“Este resultado não muda grande coisa. Continuo a lutar para chegar ao título e ainda há um longo caminho a percorrer até que este fique dividido. Não vai ser fácil, mas já estou habituado a dificuldades, pois tudo o que tenho conseguido é “na marra”, mas com muita fé, como sucedeu com esta corrida. Quando o carro estava no chão, o mecânico encarregado da roda traseira direita não ficou com a certeza de que ela estivesse bem apertada, por isso o carro foi levantado de novo para que a operação fosse repetida. Pensei então que a corrida estava quase acabada para mim, mas depois vi que o Alain não estava longe e procurei “ficar frio”, para não cometer erros e poder aproximar-me. Esperei que os retardatários me permitissem ganhar terreno, mas desta vez foi o Alain que ganhou, pois dobrava-os sempre nas retas e eu apanhei alguns junto de curvas. Tudo podia acontecer e fiquei muito próximo dele nas últimas voltas e esperava poder aproveitar a mínima oportunidade para o ultrapassar, e foi então que surgiram os problemas no carro do Alain. Os “ses” não contam na Fórmula 1. Não posso dizer se o teria conseguido ultrapassar, mas o que conta é o resultado… “.

Essa foi a quarta vitória de Senna no ano e a próxima etapa estava marcada para Hungaroring, duas semanas depois.

Fórmula 1

Gp da Alemanha

Grid de largada

A Corrida

Senna na corrida

Grid de largada

Ayrton Senna

A. Prost

N. Mansell

G. Berger

R. Patrese

T. Boutsen

A. Nannini

N. Piquet

E. Pirro

10º

J. Alesi

11º

O. Grouillard

12º

M. Brundle

13º

P. Martini

14º

M. Gugelmin

15º

P. Alliot

16º

S. Modena

17º

D. Warwick

18º

S. Nakajima

19º

J. Palmer

20º

A. Caffi

21º

A. de Cesaris

22º

I. Capelli

23º

R. Arnoux

24º

S. Johansson

25º

E. Cheever

26º

M. Alboreto

27º

A Corrida

45

voltas

26

carros

14

abandonos

1’45”884

volta mais rápida

tempo Nublado

Pódio

Ayrton Senna

A. Prost

N. Mansell

Senna na Corrida

Posição de final

posição no campeonato após a prova

posição de largada

9

pontos somados no campeonato

1’45”884

melhor volta

Foi um passarinho que me disse que eu ia vencer. Só espero que ele venha cantar de novo.

MENU

BUSQUE
SUA
VERDADE

Doe para o Instituto Ayrton Senna e
transforme o futuro de crianças e jovens de
escolas públicas no Brasil.

Doe para o Instituto Ayrton Senna e
transforme o futuro de crianças e jovens de escolas públicas no Brasil.