Ayrton Senna chegou em Spa-Francorchamps, na Bélgica, com uma boa vantagem no campeonato. Tinha 61 pontos, doze a mais que o vice-líder Nigel Mansell. O problema não estava na tabela de pontuação, mas sim na performance de seu carro nas corridas anteriores. O britânico vinha de três triunfos consecutivos (França, Inglaterra e Alemanha), colocando em risco a soberania de Ayrton, que tinha vencido as quatro primeiras provas de 1991 (EUA, Brasil, San Marino e Mônaco).
“O campeonato já esteve melhor para nós e agora está em aberto. Acho que a Williams leva alguma vantagem em circuitos de alta velocidade, como Monza e Spa, onde será disputado o próximo GP. A McLaren poderá equilibrar as forças nos circuitos de média velocidade, como Portugal e o novo da Espanha, em Barcelona, mas é preciso contar com uma boa dose de sorte para não ter problemas extra-corrida para disputar o título. O importante é que estamos trabalhando duro para que o nosso carro também fique competitivo nos circuitos de alta velocidade”, disse Ayrton aos jornalistas antes dos treinos.
Para quebrar esse jejum, nada melhor que começar o final de semana com uma pole position e era isso que Senna foi buscar. Logo na sexta-feira, Ayrton já mostrou que daria tudo pela melhor posição no grid. Fez 1min49s100 no primeira treino classificatório, virando 1s566 mais rápido que Mansell. A volta do brasileiro já era um segundo mais rápida que a própria pole de Ayrton no ano anterior, mas, mesmo assim, ele não se deu por satisfeito.