O GP da Bélgica de 1991 foi um ponto marcante na história da F-1 por uma série de fatores. Um deles foi a vitória de Ayrton Senna, é claro. Essa foi a quinta e última vitória do brasileiro em Spa-Francorchamps, sendo a quarta de maneira consecutiva (88, 89, 90 e 91), igualando Jim Clark (vencedor entre 1962 e 1965). O primeiro triunfo do brasileiro havia acontecido em 1985 com a Lotus.
As semanas anteriores ao GP foram bastante tumultuadas nos bastidores, principalmente por causa da prisão de Bertrand Gachot, piloto belga que foi condenado por agressão a um taxista londrino em dezembro de 1990.
Com a ausência do piloto da Jordan, a equipe precisou buscar um substituto às pressas e, apesar ter a possibilidade de escolher pilotos experientes como Stefan Johansson e Keke Rosberg, Eddie Jordan preferiu apostar em um novato chamado Michael Schumacher, que tinha apoio financeiro da Mercedes. Seria então a estreia do piloto alemão na F-1. Durante o final de semana em Spa-Francorchamps, havia um protesto pintado no asfalto com a seguinte frase: “Gachot, a Bélgica está com você. Você não é um hooligan”.
Nos treinos, Senna foi disparado o piloto mais rápido nas duas sessões classificatórias. A pole position do piloto da McLaren foi cravada em 1min47s811, enquanto o segundo colocado Alain Prost fez sua melhor marca em 1min48s821 com a Ferrari, um segundo acima do tempo do brasileiro.
Confira a volta da pole position:
Schumacher teve boa estreia nos treinos, ao conseguir o sétimo lugar no grid, enquanto seu experiente companheiro Andrea de Cesaris largaria em 11º lugar. Na primeira volta, o alemão teve problemas com a embreagem e abandonou em sua única corrida pela Jordan, já que na prova seguinte ele estaria pilotando pela Benetton em Monza.
A quinta vitória de Senna em Spa foi uma das mais difíceis, senão a mais complicada para o brasileiro em território belga. Ayrton manteve a ponta durante as primeiras 14 voltas, mas perdeu a liderança no pit stop para a Williams de Mansell, seu principal adversário na disputa do título mundial. Antes disso, Prost já havia abandonado por problemas no motor da Ferrari.
Senna aproveitou o problema elétrico de Mansell para recuperar uma posição, mas ainda estava atrás de Jean Alesi, líder a partir da volta 22 com a Ferrari. Senna foi à caça do francês, mas tinha problemas de câmbio. As marchas do brasileiro não entravam da maneira correta e ele quase precisou parar sua McLaren.
O que ajudou Senna foi que Alesi sofreu com o motor Ferrari, assim como Prost, e perdeu a corrida que parecia estar em suas mãos. Senna levou sua McLaren para a vitória com muitas dificuldades e o segundo lugar ficou com seu companheiro Gerhard Berger. O austríaco conseguiu a vice-liderança da prova faltando três voltas, quando a ótima corrida de recuperação de Andrea De Cesaris chegou ao fim por problemas no motor Ford.
O terceiro lugar no pódio ficou com Nelson Piquet, da Benetton. Roberto Moreno também foi outro brasileiro que chegou na zona de pontuação com o quarto lugar. O que ele não imaginava é que perderia sua vaga justamente para Schumacher na corrida seguinte. Moreno teve que se contentar com o convite da Jordan para correr na etapa seguinte na Itália.
Senna TV sobre Spa-Francorchamps: