A corrida no circuito de Adelaide era a primeira de Ayrton Senna como campeão do mundo. Duas semanas antes, o brasileiro havia feito história em Suzuka após uma vitória heroica vindo de trás do pelotão com várias ultrapassagens para conquistar o título com uma corrida de antecedência para o final da temporada de 1988.
O clima na McLaren ainda era festivo na Austrália, principalmente pela temporada perfeita com 14 vitórias entre as 15 etapas disputadas até ali. No treino classificatório, Senna teve o desafio de tirar a pole de Alain Prost, que havia sido o mais rápido na sessão de sexta-feira por apenas 0s153. No dia seguinte, Senna cravou a pole com o tempo de 1min17s748, apenas 0s132 mais veloz que o francês.
Essa foi a 29ª pole position de Senna na carreira e a 13ª no ano em 16 Grandes Prêmios, um recorde na categoria e que somente seria batido por Nigel Mansell em 1992.
Na segunda fila estava o “Leão” com sua Williams e Gerhard Berger com a Ferrari em quarto lugar. Nelson Piquet, piloto da Lotus, e Riccardo Patrese, também da Williams, completavam os seis primeiros.
Com oito vitórias no ano e 14 na carreira, Senna estava apenas um triunfo de trazer a 50ª vitória para o Brasil na história da F-1. Além disso, lutaria também para vencer a última corrida dos motores turbo, que somente retornariam em 2014. Em 1989, os motores seriam aspirados.
Segundo Galvão Bueno, que narrou a corrida pela TV Globo, Ayrton havia passado alguns dias na ilha de Bali, na Indonésia, para descansar após a comemoração do seu título mundial. Em uma brincadeira de futebol, Ayrton machucou a mão direita quando estava jogando de goleiro, o que certamente o prejudicaria nas 82 voltas do circuito de rua australiano. Mesmo assim, Senna se sentia preparado para lutar pela vitória.