Um dos atrativos de Detroit, a capital do automóvel, era o enorme placar que registrava cada automóvel fabricado na cidade. No domingo do GP dos Estados Unidos de 1988, às 13h, 2.585.257 automóveis já tinham saído das fábricas para os pátios das grandes montadoras norte-americanas.
Para os pilotos, o desafio do circuito de rua norte-americano era de enfrentar o asfalto ondulado, que costumava provocar danos nos pneus e até quebrar suspensões. Senna vinha de uma vitória no domingo anterior, em Montreal, Canadá, e foi justamente este triunfo que lhe deu uma boa recuperação no campeonato: a diferença para o líder Prost era de 15 pontos.
“Aqui em Detroit não se pode cometer o menor erro. Em Mônaco até que se pode fazer um ou dois erros menores, como encostar no guard rail, por exemplo. Aqui não. São raros os pontos onde existem guard rails e se você errar acaba batendo no concreto mesmo”, explicou Senna aos jornalistas brasileiros antes da prova.
Nos anos anteriores, mesmo não tendo um carro capaz de ser campeão, o piloto brasileiro já havia vencido em Detroit – as duas edições anteriores, por sinal, em 1986 e 1987. Agora, correndo pela poderosa McLaren, era natural que Senna fosse considerado o favorito para o final de semana, graças ao talento que já havia demonstrado algumas vezes em pistas de rua, para desespero da concorrência.