Gp de Mônaco 1990

Fórmula 1

GRANDE PRÊMIO De Mônaco

Antes do início do GP de Mônaco, o campeonato de 1990 estava bastante equilibrado. Três corridas foram disputadas e três pilotos de diferentes equipes venceram: Ayrton Senna, na abertura em Phoenix (EUA) com a McLaren; Alain Prost, em Interlagos com a Ferrari; e Riccardo Patrese, com a Williams em San Marino. Isso não ocorria desde a temporada de 1986, quando Piquet (Williams), Senna (Lotus) e Prost (McLaren) venceram as primeiras etapas.
A previsão para a prova em Monte Carlo era de uma corrida muito disputada entre Ayrton Senna e Alain Prost, onde qualquer erro na hora de ultrapassar os retardatários poderia ser fatal, já que na época 26 carros compunham o grid.
O francês possuía com a Ferrari um carro mais curto, mais apropriado para as fechadas curvas de Mônaco. John Barnard, mago da aerodinâmica e projetista da escuderia italiana, acreditava que esta diferença tornaria o campeão de 1989 competitivo.
Como não “avisaram” Ayrton Senna desta suposta vantagem de Prost, ele foi logo marcando a pole position no sábado com 1min21s314, 0s462 mais rápido que o francês, segundo no grid. A fila número 2 foi formada por Jean Alesi, da Tyrrell, e Riccardo Patrese, da Williams. Gerhard Berger, companheiro de Senna, era o quinto e Thierry Boutsen (Williams) largava em sexto.

A prova teria duas largadas. Na primeira, Senna saiu bem, mas a corrida foi parada devido à batida de Prost e Berger na curva Mirabeau. Com o engarrafamento causado pelo toque, a direção de prova resolveu recomeçar tudo de novo.
Na época, os pilotos podiam pegar os carros reservas, por isso Prost e Berger alinharam novamente no grid. Na segunda largada, Ayrton Senna foi ainda mais rápido e não tomou conhecimento da concorrência. Os pilotos tiveram mais cautela e a corrida prosseguiu normalmente com apenas uma alteração no início: Berger tomou a quarta posição de Patrese.
Ainda no início, Senna disparava na frente. Ao final da segunda volta, o brasileiro tinha 3s7 de vantagem para Prost.
O domínio de Ayrton era tão grande que a prova começou a ficar monótona para quem esperava alguma reação do francês. O piloto da Ferrari tinha que se preocupar mesmo era com Alesi e Berger, que permaneciam em sua traseira.

Antes da 20ª volta, buscando entrar na zona de pontuação, Nigel Mansell, que era apenas o sétimo colocado, bateu a sua asa dianteira ao tentar ultrapassar Boutsen e precisou ir para o box. O britânico, que não vinha em boa fase, ficou mais de 50s no box e precisou fazer uma prova de recuperação após tomar uma volta do líder.
Na 31ª volta, Prost abandonou a prova por causa de problemas de bateria. A vantagem de Senna para o segundo colocado, agora Jean Alesi, passou a ser 19 segundos.
Tentando uma prova de recuperação após largar de 10º, Nelson Piquet estava colado em Boutsen e tentava assumir a quinta posição mas, ao efetuar a manobra na curva Loews, a mais lenta da F-1, o piloto da Benetton acabou rodando e, logo após ter sido empurrado pelos comissários, foi desclassificado.
Outro piloto que estava na zona de pontuação e abandonou foi Riccardo Patrese, na volta 41. O italiano conseguiu levar sua Williams até o box, mas não pode voltar por causa de problemas no distribuidor do motor.

Quem aproveitava os abandonos era Mansell, que dava um show em Monte Carlo. O “Leão” já era o quinto colocado e colou na traseira de Boutsen antes mesmo da 50ª volta. Na frente, Berger tentava achar uma brecha de Alesi, mas o francês conduzia o carro da Tyrrell sem dar chances para a McLaren do austríaco.
Na volta 55, Mansell passa Boutsen na saída do túnel e assume a quarta posição. A alegria da Ferrari durou pouco, já que poucas voltas depois o inglês abandonou com um problema semelhante ao de Prost.
A partir da volta 66, Senna começa a poupar sua McLaren para economizar o motor Honda e a diferença que chegou a ficar em 23 segundos para Alesi, começa a baixar nas voltas seguintes, principalmente porque Berger continuava tentando conquistar o segundo lugar.
Na volta final, Senna mantém a tranquilidade e cruza a linha de chegada com apenas 1s087 de vantagem para Alesi e 2s073 para Berger. Foi a vitória de número 22 do brasileiro na Fórmula 1, sendo ela de ponta a ponta e também com a melhor volta da prova: 1min24s468, tempo cravado no giro 59. Esse era o terceiro Grand Chelem de Senna na categoria.

Três também era o número vitórias de Ayrton Senna no Principado (1987, 1989 e 1990), o que preocupou os seguranças da família real de Mônaco. Com discrição, o chefão da McLaren Ron Dennis cochichou no ouvido do brasileiro o pedido do guarda-costas do príncipe Rainier para que o piloto não repetisse o que fez em 1987, quando despejou boa parte de sua champanhe no soberano de Mônaco.
Ayrton Senna, como bom plebeu, obedeceu.
E os mensageiros Ron Dennis e o guarda-costas foram as vítimas escolhidas para o banho da alegria do piloto brasileiro. Senna disparou na liderança do campeonato com 22 pontos, enquanto Berger ultrapassou Prost e foi para 16. Alesi assumiu a terceira posição com 13 e Prost ficou em quarto com somente 12 pontos.

Fórmula 1

Gp de Mônaco

Grid de largada

A Corrida

Senna na corrida

Grid de largada

Ayrton Senna

A. Prost

J. Alesi

R. Patrese

G. Berger

T. Boutsen

N. Mansell

P. Martini

E. Pirro

10º

N. Piquet

11º

M. Donnelly

12º

A. de Cesaris

13º

D. Warwick

14º

S. Modena

15º

A. Suzuki

16º

A. Nannini

17º

N. Larini

18º

P. Alliot

19º

P. Barilla

20º

G. Foitek

21º

S. Nakajima

22º

A.Caffi

23º

I. Capelli

24º

E. Bernard

25º

D. Brabham

26º

J. Lehto

27º

A Corrida

78

voltas

26

carros

19

abandonos

1’24”245

volta mais rápida

tempo nublado

Pódio

Ayrton Senna

J. Alesi

G. Berger

Senna na Corrida

Posição de final

posição no campeonato após a prova

posição de largada

9

pontos somados no campeonato

1’24”468

melhor volta

O carro esteve perfeito durante toda a prova, perdendo um pouco de potência nas últimas voltas.

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