GP da Austrália 1993

Fórmula 1

Grande Prêmio da Austrália

De 1987 a 1993, o GP da Austrália encerrou a temporada como se fosse uma espécie de corrida para cumprir tabela em termos de campeonato, já que em todos esses anos o título já havia sido definido.
Em 1993, apesar do grande domínio das Williams e do tetra já assegurado por Alain Prost, a corrida em Adelaide tinha um gosto bem mais especial que nos anos anteriores. Ayrton Senna se despedia da equipe McLaren e Prost se aposentava da Fórmula 1. Estava marcado o último duelo entre eles, que deixaria um grande vazio para muitos fãs do automobilismo.

Quem também se despedia da F-1 era Riccardo Patrese. O italiano era, naquelaa época, o piloto com o maior número de largadas, 256, e competiu durante 17 temporadas, recorde que foi quebrado em 2008 por Rubens Barrichello.
Havia um clima de saudade no box da McLaren, mas só Jo Ramirez, coordenador técnico do time, viu as lágrimas nos olhos de Ayrton Senna antes da última largada do brasileiro pelo time inglês.

Ramirez gritou no ouvido de Senna que o piloto já havia feito demais pela escuderia desde 1988. Era tricampeão, com 34 vitórias pela McLaren, mas aquele seria um triunfo muito especial para todos. Não apenas pela despedida: se vencesse, a equipe deixaria a Ferrari para trás e se tornaria a mais vitoriosa da Fórmula 1, com 104 triunfos.

No treino de classificação, como de costume, Ayrton Senna foi o mais rápido – embora aquela tenha sido uma temporada mais uma vez marcada pelo forte rendimento dos carros da Williams. O brasileiro marcou sua pole de número 62 da carreira, batendo Prost por 436 milésimos. Damon Hill (Williams) e Michael Schumacher (Benetton) formaram a segunda fila.
A largada foi a parte mais dramática da prova para os pilotos: foi abortada duas vezes, porque a Tyrrell de Ukyo Katayama e a Jordan de Eddie Irvine tiveram problemas de motor.

“Me concentrei muito na largada final, depois das duas abortadas. Eu tinha um olho no Prost, ao meu lado, e outro no retrovisor, atento ao Damon Hill, que largaria logo atrás de mim. Afinal, era a minha única pole da temporada e eu não queria errar”

E não errou. Partiu na frente e começou seu último show nas ruas de Adelaide.
Nas primeiras voltas, Senna seguia à frente de Prost, com Hill e Schumacher logo atrás. O alemão da Benetton teve problemas na volta 20 e teve que abandonar a prova mais cedo. À medida que a corrida prosseguia, a liderança de Senna era cada vez maior.

Senna só deixou a ponta quando parou para trocar pneus na 23ª volta, retomando-a na 29ª, e cruzou a bandeirada, conquistando a sua 41ª vitória nos 158 Grandes Prêmios disputados até ali.

Foi a última vitória de Senna na carreira, a 35ª pela McLaren, com 46 poles e 447 pontos conquistados dentro da equipe inglesa.

No pódio com seus rivais da Williams, Senna agarrou a mão esquerda de Prost e a ergueu, demonstrando um grande respeito pelo seu maior rival. A multidão aplaudiu, sabendo que aquilo simbolizava o fim de uma era na Fórmula 1.

Após a corrida, Ayrton compareceu a um show da cantora Tina Tuner, que dedicou à música “Simply the Best” para o brasileiro. Ayrton subiu ao palco bem mais tímido do que quando subia ao pódio. Senna foi muito aplaudido por todos os presentes.
“Sou uma fã, uma grande fã dele. É o melhor”, declarou Tina Tuner enquanto abraçava o tricampeão mundial de Fórmula 1.

Fórmula 1

GP da Austrália

Grid de largada

A Corrida

Senna na corrida

Grid de largada

Ayrton Senna

A. Prost

D. Hill

M. Schumacher

M. Hakkinen

G. berger

J. Alesi

M. Brundle

R. Patrese

10º

A. Suzuki

11º

K. Wendlinger

12º

J. Lehto

13º

R. Barrichello

14º

M. Blundell

15º

A. de Cesaris

16º

P. Martini

17º

D. Warwick

18º

U. Katayama

19º

E. Irvine

20º

J. Herbert

21º

E. Comas

22º

J. Gounon

23º

J. Gounon

24º

T. Suzuki

25º

26º

27º

A Corrida

79

voltas

24

carros

8

abandonos

1’15”381

volta mais rápida

Tempo Nublado

Pódio

M. Schumacher

N. Mansell

R. Patrese

Senna na Corrida

Posição de final (Acidente na 6ª volta)

posição no campeonato após a prova

posição de largada

10

pontos somados no campeonato

1’16”128

melhor volta

Niki Lauda abriu o jogo ao lamentar que não poderia me prometer um carro vitorioso em 1993. Garantiu que eu seria um Deus na equipe, mas o programa para ganhar o campeonato estava previsto para 1994” (sobre a negociação com a Ferrari)

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