Ayrton Senna era campeão em desafiar a lógica quando estava dentro de um carro de corrida. Isso não aconteceu apenas uma, nem duas vezes. Foram várias as oportunidades em que o piloto fez história sobre quatro rodas.
Confira 5 histórias verdadeiras, mas que pareceriam apenas mitos, ainda mais se fossem contadas em um 1º de abril.
1 – Campeão de Fórmula 3 com ajuda de uma fita adesiva
Senna e a equipe West Surrey armaram um plano para a última e decisiva etapa da Fórmula 3 na Inglaterra: amarraram uma fita adesiva para fechar a saída de ar do radiador do óleo, para aquecer o óleo mais rapidamente, dando a Senna a chance de usar uma tática diferente. “Foi perfeito. O óleo atingiu a temperatura certa depois de uma volta, mais ou menos, em vez das seis ou sete como de costume”. Na sexta volta, como esperado, a temperatura da água subiu. Senna afrouxou o cinto de segurança o bastante para esticar o braço e remover a fita. Ele havia treinado na semana anterior. “Quando eu olhei para frente, já estava quase na chicane. Eu achei que iria perder o controle por um instante. De repente, eu não era mais parte do carro. Eu estava deslizando lá dentro. Foi bem complicado”, disse Ayrton, que venceu e ficou com o título da categoria na disputa com Martin Brundle.
2- Melhor volta da prova passando por dentro do box
A maioria dos fãs se lembra do GP de Donington Park em 1993 por causa da primeira volta de gala feita por Ayrton Senna. Além da épica volta onde deu espetáculo na pista molhada, teve outra volta da mesma corrida que entrou para a história dos livros de automobilismo. Pela primeira vez na F-1 um piloto fez a melhor volta da corrida por dentro do box.
Ayrton tinha uma teoria de que passar por ali encurtava em 200 metros a sua volta. Como não havia limite de velocidade no box naquela época, ele passou acelerando enquanto a equipe McLaren se preparava para uma troca de pneus. O giro foi registrado em 1min18s029, sendo que Senna estava virando as voltas anteriores na casa de 1min22s. Apenas depois da corrida é que ele admitiu para alguns amigos o seu truque de mestre.
3- Vitória com apenas uma marcha
Para quebrar o jejum de vitórias no GP do Brasil, Senna precisou suportar as últimas quatro voltas da corrida de 1991 em Interlagos pilotando sua McLaren com apenas a sexta marcha. A diferença para Riccardo Patrese (Williams) diminuía vertiginosamente, mas o próprio piloto italiano acreditava que Senna estava apenas administrando a sua vantagem. No final, Ayrton contou com os pingos de chuva nas últimas duas voltas e conseguiu cruzar a linha de chegada 2s9 na frente do rival e finalmente subir no lugar mais alto do pódio em Interlagos, para delírio dos fãs.
4- Vitória sem freios
O que poderia parecer uma corrida comum para Ayrton, largando na pole e mantendo a liderança após a primeira curva, virou quase um drama na Fórmula Ford em 1982. Ao tentar reduzir a velocidade para evitar os destroços que tinham ficado na pista de Snetterton após um toque na primeira volta, o brasileiro percebeu que havia perdido os freios dianteiros. Senna perdeu várias posições, mas conseguiu recuperá-las em seguida ao adaptar o seu estilo de pilotagem com as dificuldades impostas pelo carro.
No final, Senna recebeu a bandeirada apenas com os freios traseiros e teve que parar o seu monoposto na primeira curva do traçado, próximo aos boxes. Ayrton chegou nos boxes e contou aos mecânicos e engenheiros o que tinha acontecido, mas todos pensaram que Senna estava exagerando, afinal, ele acabara de vencer a corrida. Mais surpresos ainda eles ficaram assim que foram recolher o carro do brasileiro: o disco de freio dianteiro estava gelado, indicando que ele não havia sido utilizado!
5- Saltar do carro para salvar a vida de um piloto
O fim de semana na Bélgica em 1992 foi bastante agitado. Nos treinos livres, um acidente envolvendo o francês Érik Comas acabou sendo tão memorável quanto a própria corrida no domingo. O piloto da Ligier bateu forte na curva Blanchimont, em um dos vários trechos de alta velocidade do circuito. O motor do carro permaneceu ligado, enquanto o piloto estava inconsciente após a batida com a barreira de pneus. Ayrton Senna parou a sua McLaren, correu em disparada até a Ligier, e desligou o motor do carro, salvando a vida do colega de profissão, que em seguida foi atendido pela equipe de resgate.