Há muitos anos, a Fórmula 1 ainda permitia uma grande variedade de traçados em uma mesma pista. Era possível assistir a pilotos realizando a mesma curva de maneiras distintas e a vantagem era daquele que descobria a melhor forma de percorrê-la.

Com a maior quantidade de pilotos profissionais nos tempos mais recentes, todos conhecem o traçado ideal e se esforçam para cumpri-lo à risca. Por isso, a vantagem hoje está nas diferenças de milésimos de segundo obtidas nas frenagens antes das curvas e em suas retomadas de aceleração.

No caso da frenagem, a regra parece simples: retardar a frenagem o máximo que conseguir, executá-la com precisão e, assim, não perder muito tempo. Mas nada pode ser tão fácil: errar o ponto máximo da frenagem implica em uma perda de tempo maior. Pior: pode causar o travamento das rodas, gerando desgastes excessivos para os pneus, e até uma rodada com consequências imprevisíveis.

“Não existem regras matemáticas para seguir: a freada é, talvez, a parte da pilotagem que requer mais esforço e mais treino para ser feita com perfeição.”

Há ainda uma velha regra que diz que o acionamento dos freios só deve ocorrer em uma linha reta, antes, portanto, da execução da curva, devido à transferência de peso que ocorre no momento: os pneus dianteiros passam a ser mais sobrecarregados e ganham maior aderência à pista, mas se isto for feito em uma curva esta transferência também ocorrerá lateralmente, o que pode trazer problemas para o controle do carro.

Em caso de chuva, a frenagem também é executada de maneira forte, mas a menor aderência ao asfalto nestas condições requer também cuidados especiais, como o controle de balanço dos freios, acionado pelo piloto em seu cockpit, que distribui melhor a força exercida nas quatro rodas para uma performance melhor do freio.