O Grande Prêmio da Itália de 1985 reunia um time de peso que poderia lutar por uma vitória. Nomes como Ayrton Senna, Keke Rosberg, Nigel Mansell, Nelson Piquet, Alain Prost e Michele Alboreto poderiam vencer em Monza.
Por este motivo, a Associação dos Pilotos sugeriu aos dirigentes da Fórmula 1 a volta do ponto extra ao autor da volta mais rápida conquistada no classificatório, como aconteceu entre 1950 e 1959.
Uma iniciativa apoiada por Ayrton Senna, que também via com simpatia premiar o pole position com outro ponto. Se a ideia fosse levada a cabo, o piloto brasileiro ganharia seu quinto ponto extra naquela oportunidade. Senna já havia conquistado a pole em Portugal, San Marino, Mônaco e nos EUA em 1985. Desta vez, logo em sua primeira participação em Monza, Ayrton já saiu logo com a primeira posição no grid ao cravar 1min25s084 com a Lotus.
Para ele, os treinos representavam uma outra competição, em que o carro é preparado para poucas voltas na pista e precisa apresentar a sua melhor performance.
Apesar de toda a movimentação nos bastidores, os dirigentes da Fórmula 1 não voltaram atrás e até hoje os pontos são computados única e exclusivamente de acordo com a posição final dos pilotos na corrida.
Ayrton tinha ao seu lado na primeira fila Keke Rosberg, com a Williams. Logo atrás estavam Nigel Mansell, com a outra Williams, e Nelson Piquet, da Brabham. Na freada do final da reta, Rosberg tomou a ponta, com Senna passando por cima da brita no ‘S’, o que fez ele ser superado por Mansell na sequência. Alain Prost, com a McLaren, tomou a quarta posição de Piquet, que caiu para sétimo na largada, mas se recuperaria rapidamente.
Ainda nas primeiras voltas, Prost e Elio de Angelis (Lotus), que largou em sexto, conseguiram ultrapassar Ayrton. O brasileiro aparentava ter problemas de rendimento na sua Lotus. Aos poucos o carro de Senna parecia se recuperar e, ainda na volta 4, Mansell ficou parado no meio da pista, com problemas mecânicos. O Leão até conseguiu retornar para a corrida, mas andaria o restante da prova nas últimas colocações.
Ayrton retomou a posição de seu companheiro de equipe, Elio de Angelis, na volta 31 e se segurou em terceiro lugar. Niki Lauda, que fazia uma brilhante corrida de recuperação, ficou pelo caminho com problemas de transmissão na volta 33.
Na luta pelo título, o vice-líder do campeonato Michele Alboreto também não conseguiu completar a corrida. O italiano da Ferrari ficou sem gasolina na volta 45, deixando Alain Prost disparar na liderança com mais uma vitória, já que Keke Rosberg, que tinha tomado a ponta na corrida, sofreu com o estouro do motor Honda em sua Williams.
Com o resultado, Prost aumentou de três para 12 pontos a diferença sobre Alboreto na tabela. Em uma disputa bastante apertada no final, Nelson Piquet e Ayrton Senna duelaram nas voltas decisivas em Monza mas, com pneus novos e um carro mais confiável na pista, Piquet conseguiu tomar o segundo lugar e Ayrton Senna cruzou a linha de chegada na terceira posição, fazendo pela primeira vez na Fórmula 1 uma trinca de pódios consecutivos (Áustria, Holanda e Itália).
O próximo GP da temporada de 1985 estava marcado logo para a semana seguinte, em Spa-Francorchamps, na Bélgica. A prova seria uma das mais inesquecíveis da carreira de Ayrton Senna: uma vitória impecável debaixo de chuva.
Resumo da Corrida
- 1 Ayrton Senna
- 2 K. Rosberg
- 3 N. Mansell
- 4 N. Piquet
- 5 A. Prost
- 6 E. de Angelis
- 7 M. Alboreto
- 8 P. Tambay
- 9 M. Surer
- 10 S. Johansson
- 11 G. Berger
- 12 D. Warwick
- 13 R. Patrese
- 14 T. Boutsen
- 15 T. Fabi
- 16 N. Lauda
- 17 E. Cheever
- 18 M. Brundle
- 19 P. Streiff
- 20 J. Laffite
- 21 P. Ghinzani
- 22 H. Rothengatter
- 23 P. Martini
- 24 Achenson
- 25 A. Jones
- 26 P. Alliot
Voltas | 51 |
Tempo | Nublado |
Volta mais rápida | N. Mansell - 1´28´´283 |
Podium | 1º A. Prost 2º N. Piquet 3º Ayrton Senna |
Carros | 26 |
Abandonos | 13 |
