A temporada
Ayrton Senna estreou na temporada de 1989 com o carro número 1, reservado sempre ao campeão do ano anterior. Era um dos favoritos ao título, mas sabia que Alain Prost não cederia facilmente as vitórias.
Foi uma temporada de altos e baixos. Isso ficou evidente desde a primeira corrida em Jacarepaguá. Senna fez a pole com quase um segundo de vantagem para Ricardo Patrese, da Williams, com quem dividia a primeira fila. Mas a corrida não começou bem para o brasileiro: ele, o italiano e Gehard Berger tentaram fazer a primeira curva na frente, e como o próprio Ayrton admitiu depois, “eram três pilotos tentando fazer uma curva onde só passa um de cada vez no traçado”. Resultado, Senna perdeu o bico de sua McLaren, perdendo muito tempo com a parada e finalizando o GP em 11°.
Nas três corridas seguintes, Ayrton foi soberano. Fez a pole e venceu em San Marino, Mônaco e na Cidade do México. Nessas provas, Senna já percebia que o seu maior rival durante a temporada seria Alain Prost, exatamente como havia sido no ano anterior, em 1988, quando ele conquistou seu primeiro título.
Na quinta corrida da temporada os problemas técnicos na McLaren começaram. Senna liderou quase metade do GP de Phoenix nos EUA, mas teve que abandonar com problemas eletrônicos. Prost aproveitou e venceu a prova, ultrapassando Senna na classificação: 29 pontos do francês contra 27 do brasileiro.
Duas semanas depois, o GP do Canadá teve um final que também pesaria negativamente nos números finais do campeonato para Ayrton. Em uma corrida de variações entre sol e chuva, o brasileiro vinha dominando até três voltas do final, quando o motor Honda estourou e frustrou as pretensões de retornar a liderança da competição. Estes pontos certamente fariam muita falta no final da temporada…
As etapas 7 e 8 foram vencidas por Prost, com Ayrton tendo problemas no início das provas e abandonando ambas. A recuperação de Ayrton somente foi ocorrer em Hockenheim na Alemanha, mas o “Professor” terminou logo atrás do brasileiro. O campeonato permanecia com Prost 17 pontos à frente de Senna.
Nas quatro provas seguintes, quatro vencedores diferentes. A diferença entre Prost e Senna praticamente se manteve. Na Hungria, deu Mansell, com a Williams. Na Bélgica, Ayrton venceu com Prost em sua cola no desafiador circuito de Spa-Francorchamps. Na Itália, novamente o motor de Ayrton estourou, para delírio dos tifosi, torcedores ferraristas, que tinham acabado de receber a notícia da vinda do francês para temporada de 1990. A torcida era clara para o francês, que, afinal, estaria defendendo a tradicional escuderia de Maranello no ano seguinte. Por fim, em Portugal, a posição 1 ficou com Berger.
Faltando três etapas para o fim do campeonato, Senna precisava vencer a qualquer custo em Jerez de la Frontera. Ayrton soube lhe dar com a pressão e liderou de ponta a ponta, com Prost terminando em terceiro. A diferença caia para 16 pontos.
Mesmo com problemas na McLaren em alguns Grandes Prêmios, o brasileiro chegou à penúltima etapa em Suzuka com chances de título. Precisava vencer e torcer contra Prost. E, num único lance, quando ambos se tocaram na chicane, o bicampeonato parecia possível, principalmente após a desistência de Prost da prova. Nitidamente o francês calculou uma batida que resultaria no abandono das duas McLarens e não contaria que Senna voltaria à pista. E foi uma volta emocionante, porque o brasileiro teve que entrar nos boxes, trocar o bico (que, nos anos 1980, era uma operação bem mais lenta que atualmente) e voltar em poucas voltas para brigar pela liderança. E conseguiu, ultrapassando Alessando Nanini, da Benetton, e cruzando a linha de chegada na ponta.
Ayrton venceu o Grande Prêmio do Japão, mas foi desclassificado pelos comissários, em uma polêmica decisão orquestrada por seu desafeto, Jean Marie Balestre, presidente da FISA, por uma manobra irregular ao cortar a chicane na volta para a pista. Apesar de ter vencido 6 corridas, enquanto Prost venceu 4 na temporada, o bicampeonato teria que esperar mais um pouco.
Colocação: | Piloto: | Pontos: |
1º | A. Prost | 76 |
2º | Ayrton Senna | 60 |
3º | R. Patrese | 40 |
4º | N. Mansell | 38 |
5º | T. Boutsen | 37 |
6º | A. Nannini | 32 |
7º | G. Berger | 21 |
8º | N. Piquet | 12 |
9º | J. Alesi | 8 |
10º | D. Warwick | 7 |
11º | S. Johansson | 6 |
12º | M. Alboreto | 6 |
13º | E. Cheever | 6 |
14º | J. Herbert | 5 |
15º | P. Martini | 5 |
16º | M. Gugelmin | 4 |
17º | S. Modena | 4 |
18º | A. de Cesaris | 4 |
19º | A.Caffi | 4 |
20º | M. Brundle | 4 |
21º | C. Danner | 3 |
22º | S. Nakajima | 3 |
23º | R. Arnoux | 2 |
24º | J. Palmer | 2 |
25º | E. Pirro | 2 |
26º | G. Tarquini | 1 |
27º | O. Grouillard | 1 |
28º | L. Perez-Sala | 1 |
29º | P. Alliot | 1 |
Equipe | McLaren |
Carro | McLaren/Honda MP4-5 |
Total de provas | 16 |
Vitórias | 6 |
Poles | 13 |
Pódios | 6 |
Melhores Voltas | 3 |
Abandonos | 7 |
Pontos | 60 |
Classificação no Campeonato | 2 |