Ayrton Senna chegou a Mônaco com um campeonato bastante equilibrado, já que três pilotos diferentes haviam triunfado nas três corridas disputadas até então. Ayrton Senna venceu em Phoenix, nos EUA, enquanto Alain Prost (Ferrari) triunfou em Interlagos, no Brasil, e Riccardo Patrese ganhou em Ímola, no GP de San Marino.

Com duas vitórias em Mônaco nas edições anteriores do GP e tendo sido campeão mundial da F1 em 1988, Senna seguia firme rumo à conquista do título de Rei de Mônaco ao chegar para a disputa em Monte Carlo na temporada de 1990.

O piloto brasileiro da McLaren fez a pole position no sábado com 1min21s314 e superou a Ferrari de Alain Prost por 0s462, segundo no grid. Essa foi quarta pole position de Senna no Principado e a terceira de maneira consecutiva.

A prova teria duas largadas no domingo. Na primeira, apesar do bom início de Senna, a corrida teve de ser paralisada devido à batida de Prost e Gerhard Berger na curva Mirabeau. Com o engarrafamento causado pelo toque, a direção de prova resolveu recomeçar tudo de novo.

Na época, os pilotos podiam pegar os carros reservas, por isso Prost e Berger alinharam novamente no grid. Na segunda largada, Ayrton Senna foi ainda mais rápido e não tomou conhecimento da concorrência. Ao final da segunda volta, o brasileiro já tinha uma vantagem de 3s7 para o francês.

Senna disparou na frente e ainda contou com o abandono de Alain Prost na 31ª volta, por conta de problemas na bateria de sua Ferrari. Com isso, a vantagem do piloto da McLaren para o segundo colocado, Jean Alesi, era de 19 segundos.

A partir da volta 66, Senna começou a poupar sua McLaren para economizar o motor Honda e a diferença que chegou a ficar em 23 segundos para Alesi, começou a baixar nas voltas seguintes, principalmente porque Berger continuava tentando conquistar o segundo lugar, colado com sua McLaren no francês da Tyrrell.

Na volta final, Senna manteve a tranquilidade e cruzou a linha de chegada com apenas 1s087 de vantagem para Alesi e 2s073 para Berger. Foi a vitória de número 22 do brasileiro na Fórmula 1, sendo ela de ponta a ponta e também com a melhor volta da prova: 1min24s468, tempo cravado no giro 59.

“Procurei poupar os pneus e o carro no início da corrida, mas mantendo sempre uma vantagem sobre os meus perseguidores, no entanto, quando estava cumprido cerca de um terço da prova, comecei a ser afetado por alguns problemas com o motor, que continuava a funcionar bem, mas perdendo um pouco de potência e produzindo um som diferente. Naturalmente, fiquei preocupado e baixei o regime de rotações, procurando poupá-lo e guiar de forma a esforçá-lo o menos possível”, disse Senna ao final da corrida.

Final de semana perfeito para coroar a terceira das seis vitórias do futuro Rei de Mônaco nas ruas de Monte Carlo.