Após conquistar um segundo lugar no GP de Portugal, Senna poderia se sagrar bicampeão mundial na Espanha, logo na semana seguinte. O brasileiro tinha 78 pontos no campeonato e 18 pontos de vantagem para Alain Prost. Restavam apenas as provas de Jerez, Suzuka e Adelaide para fechar o campeonato de 1990. Senna precisava apenas de uma vitória em qualquer uma dessas pistas para ficar com o título.
Mesmo com essa possibilidade de Ayrton conquistar o bicampeonato, o público espanhol ainda não era tão fanático pelo automobilismo como nos dias atuais – após o sucesso de Fernando Alonso nos anos 2000. A paixão nacional quando o assunto era velocidade ficava por conta do motociclismo. Talvez por isso somente 15 mil pessoas estiveram naquela que seria a despedida de Jerez, uma pista que até hoje nunca voltou a receber um GP de Fórmula 1, principalmente por causa do sucesso do circuito da Catalunha, autódromo que recebe atualmente a corrida na Espanha.
Os treinos do Grande Prêmio da Espanha foram marcados pelo terrível acidente de Martin Donnely, logo na primeira sessão da sexta-feira. Sua Lotus desintegrou-se e as câmeras exibiam o piloto caído no meio da pista.
Ayrton Senna ficou transtornado com a cena e correu até o local para ajudar com o resgate ao piloto. Voltou aos boxes disfarçando as lágrimas. Donnely sobreviveu, mas jamais voltaria às pistas devido a sequelas deste acidente.
Mesmo abalado, Senna continuou participando dos treinos e cravou sua 50ª pole position da carreira. O tempo de 1min18s387, 0s437 mais rápido que Prost, garantiu uma comemoração da equipe McLaren para o piloto brasileiro, que até recebeu um bolo de presente pela conquista que nenhum outro piloto havia conseguido na história até então.
Confira a volta da pole de Senna em Jerez: