Gp do Brasil 1994

Fórmula 1

Grande Prêmio do Brasil

Havia uma grande ansiedade pela estreia de Ayrton Senna pela Williams no Grande Prêmio do Brasil de 1994. A equipe inglesa vinha de dois títulos de pilotos e construtores, fabricando carros muito acima dos competidores, e agora contava com o brasileiro tricampeão mundial.
Entretanto, o regulamento de 1994 proibiu os diversos avanços eletrônicos que tornavam as Williams insuperáveis nos anos anteriores. O carro era rápido, mas bastante instável e mesmo o melhor piloto da Fórmula 1 tinha dificuldades para domá-lo.
A temporada de 1994 não teve mudanças apenas na parte aerodinâmica dos carros. Entre os pilotos, foram várias as novidades. Senna foi contratado para o lugar de Alain Prost, que havia se aposentado no final de 1993. O companheiro de Ayrton seria Damon Hill, que faria seu segundo ano na Williams.
A Benetton, principal desafiante da Williams, vinha ainda mais forte do que no ano anterior. Michael Schumacher permaneceu, mas o carro, o Benetton-Ford B194, era o principal destaque do início do ano.

O alemão teria ao seu lado o holandês Jos Verstappen – ele ficaria mais tarde conhecido também por ser o pai da revelação Max Verstappen, que estreou na F-1 em 2015 com apenas 17 anos.
Já a Ferrari, com Gerhard Berger e Jean Alesi, ficaria com o posto de terceira força, mas bem atrás das duas primeiras. A McLaren, com a saída de Senna e a chegada do motor Peugeot, sabia que iria passar por um momento de transição. Os pilotos da equipe de Woking eram Mika Hakkinen e o veterano Martin Brundle, principal rival de Senna na Fórmula 3 Inglesa em 1983.
Ayrton Senna começou dominando os treinos em Interlagos desde a sexta-feira. O brasileiro foi o mais rápido no primeiro treino oficial e sacramentou a pole position no sábado com o tempo de 1min15s962, poucos instantes antes da chuva chegar ao Autódromo José Carlos Pace.
Essa foi a pole de número 63 para Ayrton Senna, recordista disparado da época nessa estatística. Michael Schumacher ficou 0s328 atrás do brasileiro e largaria ao lado do tricampeão. A segunda fila seria composta por Jean Alesi e Damon Hill, que andou 1s5 mais lento que o seu companheiro de Williams.

No domingo, Senna largou bem e permaneceu na liderança até o primeiro pit stop, realizado na volta 21. A parada da Benetton, que também aconteceu na mesma volta, foi mais rápida e Schumacher voltou na frente. A demora da Williams aconteceu no reabastecimento, item que voltava ao regulamento após 10 anos.
Em Interlagos, a Williams derrapava muito nas curvas de baixa velocidade e pulava demais nas ondulações, desgastando rapidamente os pneus. E como o motor Renault consumia mais combustível do que os outros motores, o reabastecimento era mais demorado.
A partir da parada nos boxes, Schumacher assumiu a liderança e abriu uma boa vantagem na liderança para Ayrton.
Na volta 35, um susto na pista. Um acidente envolveu quatro carros: Jos Verstappen colidiu com a Jordan de Eddie Irvine, tocou na Ligier de Eric Bernard e ainda subiu na McLaren de Martin Brundle, que por pouco não foi atingido com um pedaço de carro em sua cabeça. Verstappen ainda capotou, mas todos saíram bem de seus respectivos carros. A culpa do acidente acabou ficando para Irvine, que literalmente jogou Verstappen para grama antes da colisão.

Enquanto isso, Senna tentava se aproximar de Schumacher. O brasileiro era o único piloto que permanecia na mesma volta do alemão. Na 44ª volta, Senna vai para os boxes antes de Schumacher para tentar um pulo na parte final da corrida. A Benetton consegue fazer o pit em 1s1 mais rápido que a Williams na volta seguinte e o líder mantém a ponta.
Após a volta 47, a diferença era de 7s9 entre Schumacher e Senna. Ayrton foi diminuindo a desvantagem aos poucos, mas na volta 56 o pódio garantido acabou escapando, assim como a possibilidade de vitória. Senna rodou na curva da Junção, quando estava menos de 5s do rival. Ayrton também já tinha problemas no câmbio e não conseguiu engatar a marcha certa. Insistiu em terceira e quarta, mas o motor apagou. Era o fim de prova. A vitória ficou para Schumacher, a terceira dele na carreira. O pódio foi completado por Damon Hill e Jean Alesi.
“Foi frustrante sentir o motor apagar por um erro meu, justamente na minha casa, na abertura da temporada, largando na pole e estreando na Williams. Perdi um pódio que estava garantido com uma volta à frente dos demais pilotos. Eu queria vencer e o segundo lugar quase não me interessava. Assumi o risco e fui pego de surpresa”

Fórmula 1

Gp do Brasil

Grid de largada

A Corrida

Senna na corrida

Grid de largada

Ayrton Senna

M. Schumacher

J. Alesi

D. Hill

H. Frentzen

G. Morbidelli

K. Wendlinger

M. Hakkinen

J. Verstappen

10º

U. Katayama

11º

C. Fittipaldi

12º

M. Blundell

13º

E. Comas

14º

R. Barrichello

15º

P. Martini

16º

E. Irvine

17º

G. Berger

18º

M. Brundle

19º

O.Panis

20º

E. Bernard

21º

J. Herbert

22º

M. Alboreto

23º

O. Beretta

24º

P. Lamy

25º

B. Gachot

26º

D. Brabham

27º

A Corrida

71

voltas

26

carros

14

abandonos

1’18”455

volta mais rápida

tempo Ensolarado

Pódio

M. Schumacher

D. Hill

J. Alesi

Senna na Corrida

Posição de final (Abandonou na 55ª volta)

-

posição no campeonato após a prova

posição de largada

0

pontos somados no campeonato

1’18”764

melhor volta

Foi frustrante sentir o motor apagar por um erro meu, justamente na minha casa, na abertura da temporada, largando na pole e estreando na Williams.

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