No GP do Canadá de 1988, Ayrton Senna venceu pela primeira vez no país e iniciou uma reação histórica, providencial para seu primeiro título na categoria. O piloto brasileiro embalou uma sequência de 6 vitórias em 7 corridas, conquistando pontos importantíssimos para o restante do campeonato. Até então, nas primeiras quatro etapas, Alain Prost havia vencido os Grandes Prêmios do Brasil, de Mônaco e do México, enquanto o brasileiro havia triunfado em San Marino.
Relembre as seis vitórias de Senna nesta sequência:
GP do Canadá
O GP do Canadá ficou marcado por um momento histórico: na volta 19, após planejar o melhor momento para o bote, Ayrton Senna freou mais tarde na curva do grampo e tracionou melhor na saída, completando uma ultrapassagem marcante sobre Alain Prost. A corrida ficaria marcada na história justamente por causa desta ultrapassagem – era a primeira vitória de Ayrton Senna na McLaren obtida com uma ultrapassagem no rival Alain Prost. A prova no Canadá foi a quinta etapa da temporada e Senna ultrapassou Gerhard Berger na classificação, diminuindo a vantagem de Alain Prost para 15 pontos. (39 a 24).
GP dos EUA
No GP de Detroit de 1988, Senna cravou sua sexta pole position em seis corridas no ano, um desempenho fantástico e que incomodava seu companheiro de McLaren, Alain Prost: um então bicampeão mundial (1985-1986). Sem dar brecha para a concorrência, Senna venceu de ponta a ponta, 38 segundos à frente do francês e inclusive terminando uma volta à frente de Thierry Boutsen, terceiro colocado com a Benetton.
Com o resultado em Detroit, Ayrton emplacou sua segunda vitória consecutiva na McLaren, diminuindo a vantagem do francês na pontuação para 12 pontos (45 a 33).
GP da Inglaterra
Ayrton Senna venceu pela primeira vez em Silverstone na F1 em 1988. O circuito ficou famoso na carreira do brasileiro justamente por causa das conquistas do piloto ainda nas categorias de base do automobilismo. Após triunfos nessa pista na Fórmula Ford e F3 Inglesa, Senna havia ganhado até o apelido de “Silvastone” pela imprensa inglesa.
Para vencer na F1, Senna precisou enfrentar uma forte chuva com McLaren, dando um verdadeira show com uma ultrapassagem sobre a Ferrari de Gerhard Berger e colocando uma volta em Alain Prost ainda na 14ª volta, tudo na mesma manobra.
Com Prost fora da zona de pontuação, Senna diminuiu a vantagem de 15 para 6 pontos (54 a 48). No GP anterior, Ayrton tinha sido segundo em Paul Ricard, justamente na vitória de Prost em casa.
GP da Alemanha
A vitória de Ayrton Senna na Alemanha foi sob uma garoa, que deixou a pista molhada na maior parte da prova, já que o circuito de Hockenheim tinha problemas de escoamento da água. Mesmo com o ajuste da sua McLaren para a pista seca, o brasileiro não permitiu que Alain Prost ameaçasse sua vitória em nenhum momento. Com mais essa vitória, a diferença do francês, que chegou em segundo, para Ayrton diminuiu para 3 pontos (60 a 57) no campeonato. Era a 10ª vitória de Senna na F1.
GP da Hungria
A quinta vitória de Ayrton Senna em seis corridas viria com uma boa dose de drama no final. Mesmo tendo liderado todas as voltas, a vantagem do brasileiro para Alain Prost caiu muito nas voltas finais na Hungria, sendo a diferença na linha de chegada de apenas 0s529. No final da carreira dos dois pilotos, esta seria a menor diferença entre os dois pilotos em um final de corrida na F1.
Com o resultado, Senna empatou com Prost no campeonato, 66 pontos cada, e assumiu a primeira colocação no número de vitórias na temporada: ele tinha seis triunfos, enquanto Prost havia vencido quatro provas.
GP da Bélgica
Em Spa-Francorchamps, Ayrton Senna já havia vencido em 1985 com a Lotus e repetiu o triunfo com a McLaren. O único momento em que Alain Prost esteve à frente do brasileiro foi na largada, pulando na frente de Senna, que era o pole position. Ainda na primeira volta, Ayrton deu o troco no rival e assumiu de volta a primeira posição, para levar seu carro na ponta até o final das 43 voltas. Prost chegou em segundo mais uma vez e a diferença pela primeira vez no ano foi a favor de Senna: 75 a 72. Era a sexta vitória do brasileiro nas últimas sete corridas, sequência providencial para o seu primeiro título mundial, que viria dois meses depois no GP do Japão.