Assim que ele saiu do carro após a corrida de Suzuka em 88, Ayrton se refugiou num lugar calmo entre os pits e o paddock. Jo Ramirez ficou protegendo a área para que ninguém conseguisse entrar.

Ele ficou naquele lugar por mais ou menos 30 minutos, completamente sozinho em silêncio, muito concentrado, com um olhar contemplativo. Aquilo me surpreendeu: ele havia acabado de ganhar seu primeiro campeonato mundial e sua primeira reação não foi de celebrar! Algumas horas depois eu perguntei a ele porque, e ele me disse “Lemyr, naquele momento eu estava pensando em tudo que tinha acontecido na corrida, porque eu tenho certeza que senti uma presença muito forte de Deus. Ele estava em comunhão comigo dentro do carro, criando um tipo de unidade, “fusão”. “ Aquele acontecimento tinha sido tão forte e surpreendente para Ayrton que ele quase perdeu a concentração e a própria corrida. Aquele momento sozinho serviu para refletir sobre tudo que ele havia experimentado até ali e perceber que todos os sacrifícios que ele havia feito valeram a pena. Ele havia conquistado.

Fonte: Memories of Senna – Christopher Hilton