A apuração do Carnaval do Rio de Janeiro tradicionalmente é realizada na Quarta-feira de Cinzas, como neste dia 10 de fevereiro. São muitas as corridas em que Ayrton Senna tiraria nota 10 em todos os quesitos. As vitórias em Mônaco e Interlagos você certamente se recorda, mas que tal lembrar destas outras grandes exibições:

1- GP do México de 1989
Ayrton Senna vivia uma grande fase na temporada: no treino classificatório, cravou sua sétima pole position consecutiva. Mesmo estando em posição privilegiada no grid, decidiu ousar e apostar em uma combinação totalmente diferente: colocou pneus duros do lado esquerdo do carro e pneus macios no direito. Na época, o regulamento permitia isso e o resultado foi uma vitória tranquila, sem precisar ir aos boxes, enquanto Prost teve que fazer a parada. Nota 10 em estratégia.

2- GP da Austrália de 1993
Desde que entrou para a F-1, Ayrton Senna somente havia ficado sem poles justamente no ano de estreia com a modesta Toleman, em 1984. Em 1993, a bordo da McLaren, o brasileira tinha sua última oportunidade de fazer uma pole naquele ano de grande superioridade da Williams. Ayrton superou Prost e Hill com o tempo de 1min13s371, 0s436 mais rápido que o francês. No box, os engenheiros e o chefe de equipe, Ron Dennis, estavam aflitos. Todos acreditavam que Senna não teria gasolina para uma última tentativa. Com uma falha no rádio do carro, Ayrton continuou na pista e fez a volta voadora. No dia seguinte, Senna venceu na despedida de Alain Prost da F-1 e na sua própria despedida da McLaren. Não teve samba-enredo, mas a famosa “Simply The Best” cantada por Tina Turner em homenagem ao piloto brasileiro.

3-GP de Detroit de 1987
A exibição mais famosa de Ayrton Senna em Detroit foi em 1986, mas a vitória de 1987 teve foi digna de nota 10. Com a Lotus de suspensão ativa, Senna tomou a frente logo na largada, superando Mansell, favorito com a Williams. Depois, Ayrton desapareceu dos adversários.O brasileiro foi o único dos seis primeiros colocados que não parou para trocar pneus. O resultado final apontou Ayrton com 33s819 de vantagem para Piquet, segundo colocado, e 45s327 para Alain Prost, que fechou o pódio.

4- GP da Espanha de 1989
A única chance para Ayrton Senna tirar o título mundial de Prost era vencendo as últimas três provas da temporada. O francês tinha 24 pontos a mais na classificação geral, mas Senna nem se preocupou em fazer contas para vencer em Jerez de la Frontera. O brasileiro fez um “grand chelem”, conhecido popularmente no Brasil como barba, cabelo e bigode: fez a pole position, venceu de ponta a ponta, e ainda cravou a volta mais rápida da prova.

5- GP de Monza de 1990
Outro “Grand Chelem” de Ayrton Senna aconteceu na Itália. A vitória em Monza nem precisava ser tão perfeita, mas o piloto do carro 27 da McLaren quis dessa forma, até para acabar de vez com a “maldição de Monza”, que o atormentava desde a temporada 1987, quando rodou na curva Parabólica bem perto do fim. Em 1988, levou um toque de um retardatário (Schlesser), que tirou sua vitória (e o 100% da McLaren naquele ano). Em 1989, o motor da McLaren explodiu, novamente com o brasileiro na ponta.

Em 1990, porém, foi diferente, Senna fez a pole no sábado e manteve a liderança com Berger em seu encalço. O austríaco foi perdendo rendimento e acabou sendo superado por Alain Prost. O francês bem que tentou, mas não conseguiu superar o brasileiro. No final, Senna ainda estava feliz por mais um motivo: havia vencido uma aposta com Ron Dennis, que lhe daria o carro desta corrida de presente – McLaren que hoje, inclusive, está em exibição na sede do Instituto Ayrton Senna, em São Paulo.