No dia 13 de dezembro de 1989, Ayrton Senna participou da cerimônia de premiação do troféu “A Gazeta Esportiva”, que premiava os melhores nomes do kartismo daquela temporada, uma espécie de “Oscar” para os jovens talentos das pistas no Brasil.

Naquela temporada, Senna havia sido vice-campeão mundial após o polêmico GP do Japão, quando recebeu um toque de Alain Prost e, mesmo perdendo muito tempo com o acidente, conseguiu voltar para pista, trocar o bico de seu McLaren, recuperar a liderança e vencer a corrida. O brasileiro, no entanto, acabou sendo desclassificado por não ter retornado pelo ponto que saiu da pista – o que por si só seria ainda mais perigoso no caso da chicane de Suzuka.

De volta ao Brasil, Ayrton Senna entregou os troféus “Pole Position”, “Performance”, “Revelação” e “Incentivo”. Dentre os premiados, estavam alguns jovens que chegaram às principais categorias do automobilismo, como Tony Kanaan (Indy), Felipe Giaffone (Indy), Enrique Bernoldi (F1), entre outros.

Um dos premiados na ocasião foi Eduardo Neves, que até hoje participa de competições na modalidade, como as 500 Milhas de Kart.

Eduardo tem boas recordações daquela premiação em que esteve ao lado do ídolo da Fórmula 1. “Lembro que fiquei preocupado porque ele ainda não tinha chegado e a honra da minha premiação estava chegando”, diz Neves, que hoje compete pela equipe Karteiros na Granja Viana.

“Mas acabou que deu super certo e recebi das mãos dele o troféu. É uma grande hora que guardo até hoje e ainda tenho a sorte de ter essa foto de recordação”, diz Eduardo, que enviou a imagem abaixo para o memorial do Instituto Ayrton Senna.

Neves é o piloto mais à direita na foto, com a camisa marrom. “Fui o vencedor do Troféu Pole Position na categoria A. O garoto do meio é o Oscar Sala Neto da categoria B e o da esquerda é o Rodrigo Rocha, que estava na categoria C e atualmente corre na Sprint Race. O Senna já era uma grande referência para os garotos e isso foi aumentando muito nos anos seguintes do kart nacional”, diz Eduardo, que lembra de ter feito a pole em cinco das 10 etapas do ano na Micro Kart.

Trabalhando atualmente como empresário, Eduardo lembra que muitos pilotos que começaram com ele no início dos anos 90 se inspiravam em Senna e na sequência chegaram nas principais categorias nacionais e internacionais do automobilismo.

“Em 1992, eu lembro que corri no Panamericano de Kart e tanto nesta como em várias outras competições, eu disputava provas com grandes nomes do kart que também se espelhavam no sucesso do Ayrton. Foi o caso do Danilo Dirani, Felipe Massa, Ricardo Maurício, Giuliano Losacco, Felipe Giaffone, Vitor Meira, Bruno Junqueira, entre outros grandes pilotos”, conclui Neves.