Se o caminho de 1992 parecia complicado ao ter que superar as duas Williams para vencer em Mônaco, em 1993 a tarefa seria tão ou até mais ingrata para Ayrton Senna. No grid de largada, Alain Prost (Williams) e Michael Schumacher (Benetton) estavam à sua frente na primeira fila.

O brasileiro novamente fez uma boa classificação, mas o máximo que conseguiu com sua McLaren foi o terceiro lugar no grid, a exemplo do ano anterior.

O duelo com Prost também estava nos números: apenas os dois pilotos haviam vencido em Mônaco nos últimos nove anos: cinco vitórias de Senna (1987, 1989, 1990, 1991 e 1992) e quatro do francês (1984, 1985, 1986, 1988).

Um problema a mais para Senna era o dedão da sua mão esquerda. Nos treinos livres, que no Principado ocorrem na quinta-feira (única etapa do Mundial de F-1 em que isso ocorre), o brasileiro bateu sua McLaren no guard-rail quando estava perto dos 270 km/h e o impacto acabou afetando sua mão.

Veja a batida de Senna nos treinos livres:

Com o auxílio de Josef Leberer, fisioterapeuta da McLaren, Senna se recuperou bem para a corrida e na largada manteve a terceira posição. Prost, que vinha em segundo, foi punido pelos comissários por ter queimado a largada e precisou pagar um drive through no box, o que acabou lhe tirando da disputa da vitória.

O problema de Senna agora seria superar Schumacher, que conseguiu abrir uma boa vantagem para o brasileiro. Na volta 33, o alemão sofreu um quebra de motor, abrindo caminho para Senna desenhar a vitória no GP de 1993 e o incrível recorde de seis vitórias em Mônaco.

Com muita folga para Damon Hill, que vinha em segundo, Senna se deu ao luxo de fazer um pit stop para tentar evitar qualquer surpresa no final e cruzou a linha de chegada com 52 segundos de vantagem para o inglês.

No pódio, Ayrton Senna ficou feliz com a elegância de Damon Hill, o segundo colocado, que o felicitou: “parabéns, Rei de Mônaco. Se meu pai fosse vivo, certamente viria cumprimentá-lo”, disse Hill, que é filho de Graham Hill, detentor de cinco triunfos no Principado e que foi ultrapassado por Ayrton, dono de seis vitórias.

Essa foi a 39ª vitória de Senna na carreira e a terceira na temporada de 1993. Naquele ano, o piloto da McLaren já havia conquistado vitórias heroicas no Brasil e em Donington Park.

No dia seguinte da vitória, Senna deu uma volta no circuito tranquilamente e relembrou alguns trechos da prova em uma matéria da TV Globo: