Em sua carreira em monopostos, Ayrton Senna pilotou em seis equipes durante a sua carreira, contando desde a Fórmula Ford à Fórmula 1. O piloto brasileiro colecionou dezenas de poles positions e vitórias em todas as categorias, muitas vezes em uma sintonia perfeita entre o melhor piloto e um ótimo carro. Mas nem sempre Senna era o favorito e alguns de seus feitos podem ser considerados “milagres” em um esporte onde a máquina é parte fundamental para a vitória. E é justamente uma das vitórias mais emblemáticas ocorreu justamente num dia 9 de abril, em 1982. Relembre esta história e de outras histórias com todos os times que o brasileiro competiu em sua carreira nos fórmulas.
Rushen Green
Ayrton competiu pela Rushen Green em 1981 e 1982, sendo campeão de tudo o que disputou nas duas temporadas de Fórmula Ford com o carro da Van Diemen. A corrida que se tornaria mítica aconteceu em 9 de abril de 1982, quando venceu em Snetterton após sofrer com problemas de freio logo na segunda volta. Mesmo sem os freios dianteiros funcionarem, Senna dominou o carro, ultrapassou seis adversários e triunfou na pista inglesa. Os mecânicos da equipe somente acreditaram quando foram recolher o carro de Senna e, ao colocarem as mãos no disco de freio, perceberam que o mesmo estava frio e, portanto, não havia sido utilizado.
West Surrey
Ayrton Senna fechou contrato para correr pela West Surrey em 1983, na F-3 Inglesa e na F-3 Europeia. Logo de cara, o piloto brasileiro assombrou toda a categoria. Foram 9 vitórias em 9 corridas disputadas, recorde histórico na competição. Ayrton pilotava o modelo Ralt RT3/83 e conquistou os dois títulos que disputou na temporada. As conquistas credenciaram Senna para disputar a F-1 pela primeira vez no ano seguinte.
Toleman
Com a Toleman, equipe pela qual o piloto estreou na F-1, Senna operou um grande milagre ao chegar em 2º no GP de Mônaco de 1984. Em uma prova sob um dilúvio, Ayrton largou em 13º e foi ultrapassando adversários fortíssimos da época como: Niki Lauda (McLaren), Michelle Alboreto (Ferrari) e Keke Rosberg (Williams). Ayrton vinha se aproximando de Prost para buscar a vitória, mas a corrida foi encerrada na volta 31, devido ao mau tempo. Era o primeiro dos 80 pódios de Senna na F-1.
Lotus
Ayrton pilotou a Lotus por duas temporadas (1985 e 1986) e, logo em sua segunda corrida pela equipe, deu um show na chuva em Portugal. Senna, após ter feito a primeira pole position na F-1 no dia anterior, venceu com 1min02 de vantagem para o segundo colocado, o italiano Michele Alboreto. Exaltado por sua pilotagem na chuva, Ayrton disse que a vitória esteve longe de parecer fácil.
“Perdi as vezes em que estive a ponto de quase bater em outro carro. As condições da pista estavam muito perigosas. Dez vezes pior do que o ano passado (GP de Mônaco 1984). Hoje é um dia muito feliz para mim, tive muita sorte de poder segurar o carro em linha reta”, disse Ayrton Senna em entrevista à Folha de S. Paulo no dia 21 de abril de 1985, após a corrida.
McLaren
As maiores glórias de Ayrton Senna na Fórmula 1 vieram pela McLaren. Foram três títulos mundiais: 1988, 1990 e 1991, todos eles sacramentados no Japão. Mas foi em território brasileiro e inglês que Senna construiu suas vitórias mais épicas pela equipe de Woking. Senna venceu o GP do Brasil em 1991, disputando as últimas sete voltas com apenas uma marcha. O final foi emocionante e, com a conquista, Senna quebrou o tabu de nunca ter vencido no País.
Em 1993, após mais uma vitória espetacular em Interlagos, Senna fez o impossível parecer rotina ao ultrapassar Schumacher (Benetton), Prost (Williams), Hill (Williams) e Wendlinger (Sauber) na primeira volta de Donington Park, no GP da Europa. Ayrton venceu a prova colocando uma volta no terceiro colocado, Alain Prost, e ainda cravou o giro mais rápido da corrida completando a volta por dentro do box.
Williams
Com a Williams, Senna conquistou três poles positions em três corridas de 1994, mas seu grande feito aconteceu bem antes. Foi em 1983, quando Ayrton realizou um teste em Donington Park com o carro daquela temporada. Buscando uma vaga na F-1, Ayrton acelerou um monoposto da categoria pela primeira vez e fez 1min00s5, recorde da pista para carros com motores aspirados, superando os tempos dos pilotos titulares da época (Keke Rosberg e Jacques Laffite).