Pole, vitória de ponta a ponta e volta mais rápida
Já com duas vitórias em Mônaco e tendo sido campeão mundial da F-1 em 1988, Senna seguia firme rumo à conquista do título de Rei de Mônaco ao chegar para a disputa do GP de 1990.
A corrida foi marcada pelo domínio completo do brasileiro. O piloto da McLaren fez a pole position no sábado com 1min21s314 e superou a Ferrari de Alain Prost por 0s462. Essa foi quarta pole position de Senna no Principado e a terceira de maneira consecutiva.
Na largada, Senna seguiu em primeiro, enquanto Prost e Berger se enroscaram na curva Mirabeau e a corrida precisou ser paralisada. Como na época os pilotos podiam pegar os carros reservas nesse tipo de incidente, os dois pilotos alinharam no grid novamente para a segunda largada.
Veja o acidente inusitado da primeira largada:
Na segunda vez em que foi dado o sinal verde, Senna novamente pulou na frente e abriu uma boa vantagem para Prost, que se tinha que se preocupar mais com Jean Alesi (Tyrrell) e Berger (McLaren), que vinham logo atrás.
O francês da Ferrari abandonou a corrida na volta 31 por causa de problemas de bateria e a vantagem de Senna para o segundo colocado, Alesi, passou a ser de 19 segundos.
A partir da volta 66, Senna começou a poupar sua McLaren para economizar o motor Honda e a diferença começou a diminuir nas voltas seguintes, principalmente porque Berger continuava tentando conquistar o segundo lugar.
Na volta final, Senna cruzou a linha de chegada com apenas 1s087 de vantagem para Alesi e 2s073 para Berger. Foi a vitória de número 22 do brasileiro na Fórmula 1.
Uma estatística interessante tornou esta conquista em Mônaco ainda mais especial: como ela foi de ponta a ponta e também com a melhor volta da prova (1min24s468, tempo cravado no giro 59), este se tornou o terceiro Grand Chelem de Senna na categoria – ou, no bom jargão popular em português, fez “barba, cabelo e bigode” em Monte Carlo.
Três também era o número vitórias do brasileiro no Principado (1987, 1989 e 1990). Depois da corrida, o brasileiro explicou o motivo de ter diminuído o ritmo a fim de preservar o carro na segunda parte da prova.
“Procurei poupar os pneus e o carro no início da corrida, mas mantendo sempre uma vantagem sobre os meus perseguidores, no entanto, quando estava cumprido cerca de um terço da prova, comecei a ser afetado por alguns problemas com o motor, que continuava a funcionar bem, mas perdendo um pouco de potência e produzindo um som diferente. Naturalmente, fiquei preocupado e baixei o regime de rotações, procurando poupá-lo e guiar de forma a esforçá-lo o menos possível”, disse Senna.