Vitória na pista: 3 GPs de Senna na F1 que deveríamos ter ouvido o Hino Nacional

Data:
13 de abril de 2020

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Tempo de leitura:

3 minutos

Com 41 vitórias na Fórmula 1, Ayrton Senna eternizou o gesto de comemorar com a bandeira do País dentro carro e também nas festas do pódio. Eram nesses momentos em que Senna extravasava toda a tensão e desgaste das corridas, fazendo festa estourando o champagne e ouvindo o hino brasileiro, cena inesquecível para os brasileiros nas manhãs de domingo.

No Brasil, justamente em 13 de abril, é comemorado o Dia Nacional do Hino Brasileiro, por isso vamos relembrar de outras corridas em que Senna esteve muito perto de ouvir o Hino Nacional, vencendo a prova na pista, mas, por algumas circunstâncias, o Hino Nacional não foi executado no topo do pódio.

GP de Mônaco 1984

A temporada de estreia de Senna na Fórmula 1 vinha sendo especial para o brasileiro, que corria com a modesta Toleman e já havia conquistado pontos no GP da África do Sul e no GP da Bélgica. No entanto, foi na lendária pista de Mônaco que Ayrton apareceu para o mundo em 1984.

Sob forte chuva no Principado, Senna largou na 13ª colocação e ganhou 10 posições em apenas 16 voltas. Após ultrapassar a McLaren de Niki Lauda, o brasileiro começou a caçar o francês Alain Prost, que liderava. Ayrton tirava a diferença volta após volta, quando de repente a corrida foi encerrada devido às condições da pista molhada pelo diretor de prova Jacky Ickx, com Prost em primeiro e Senna em segundo – ele chegou a passar a linha de chegada em primeiro, mas o regulamento prevê que vale o resultado da volta anterior. Foi o primeiro pódio de Senna na F1 – foram 80 ao longo da carreira.

Segundo o jornalista Reginaldo Leme, somente anos depois é que Ickx revelaria que havia sido pressionado pelo dirigente da FISA, Jean-Marie Balestre, para declarar Alain Prost como vencedor da corrida antes que ele fosse ultrapassado por Ayrton.

GP do Japão de 1989

O Grande Prêmio disputado em Suzuka em 1989 decidiria o título daquela temporada entre Ayrton Senna e Alain Prost. Em uma das maiores polêmicas da história do esporte, o brasileiro armou o bote no francês na volta 47 colocando sua McLaren por dentro da curva, mas Prost acabou “fechando” a porta antes mesmo da tomada da primeira perna da chicane. Ambos se tocaram e Prost abandonou a prova.

Mesmo com a frente de sua McLaren avariada pela fechada recebida, Ayrton insistiu na luta pelo título: teve que ir ao box trocar sua asa dianteira, quebrada no toque. Saiu do pit em segundo lugar, atrás de Alessandro Nanini. Tinha uma desvantagem de mais de cinco segundos para o piloto da Benetton. Faltando três voltas para o final, ele conseguiu a ultrapassagem que o deixaria ainda na batalha pelo campeonato. Senna recebeu a bandeira quadriculada na volta 53 e se emocionou muito no carro: o título seria decidido na última prova.

No entanto, os cartolas e comissários da Fórmula 1, em uma manobra chefiada por Jean-Marie Balestre, presidente da FISA, após longa reunião após a corrida, resolveram aplicar punição ao brasileiro, que acabou sendo excluído da prova por ter cortado a chicane em seu retorno à pista (mais tarde, a própria FIA reconhecia que essa era a manobra mais segura, como é mostrado no filme Senna com a imagem do briefing de Hocheinheim 1990). Com isso, Prost ficou com o título de 1989, mas o troco viria no ano seguinte com Senna vencendo o campeonato – e de uma maneira que seria, de certa forma, a redenção por sua injusta punição no ano anterior.

GP do Japão de 1991

Pelo quinto ano consecutivo, o título da Fórmula 1 seria decidido em Suzuka e o rival da vez para Senna era o inglês Nigel Mansell. O brasileiro chegou ao Japão com uma diferença de 16 pontos para o seu rival. Podia, assim, até chegar logo atrás do inglês para ganhar o tricampeonato mundial de Fórmula 1.

No entanto, o título já veio na nona volta: Mansell embutiu na McLaren de Ayrton, tentando se aproximar ao máximo para fazer a ultrapassagem naquela volta, mas acabou exagerando, passou reto e ficou preso à caixa de brita. Com isso, o inglês deu adeus às suas chances de conquista.

Na sequência, Ayrton ultrapassou Gerhahrd Berger, que liderava a corrida com a outra McLaren. Foi então que o brasileiro deixou o amigo ficar com a vitórias nos metros finais, como o próprio Ayrton contou na época.

“Naquele instante pensei: agora sim, posso correr do jeito que gosto, com pé no fundo e para vencer. Eu só pensava no título. Aquela era a oportunidade que tanto esperei para me divertir. Não há melhor maneira de conquistar um título mundial do que esta: vencendo o Grande Prêmio como fiz em 1988, no Japão. E eu estava prestes a fazer isso quando o (Ron) Dennis voltou a me chamar pelo rádio. Pedi que ele repetisse a mensagem e, mais uma vez, ouvi mal. Resolvi, então, tirar o pé e deixei o Berger passar”, disse Senna, que finalizaria assim sua trajetória daquele ano com o terceiro título mundial.

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