A estreia de Senna pela McLaren no GP do Brasil

Data:
31 de março de 2021

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Tempo de leitura:

2 minutos

Era grande a expectativa da estreia de Ayrton Senna pela McLaren, equipada com o mesmo motor Honda da Williams e da Lotus, mas com um conjunto que poderia, enfim, mantê-lo rápido por toda a prova.

Nos treinos de classificação, o brasileiro não decepcionou e cravou a 17ª pole position da carreira, largando à frente de pilotos como Nigel Mansell (Williams), Alain Prost (McLaren), Gerhard Berger (Ferrari), Nelson Piquet (Lotus) e Michele Alboreto (Ferrari). Era a primeira pole position de Senna em território brasileiro. O Rio de Janeiro também era palco da estreia de Maurício Gugelmin, que largava na 13ª posição, mas que não andaria mais que 200 metros após a largada.

No warm up, já na manhã nublada de domingo, Ayrton Senna era novamente o piloto mais rápido, o que trazia muita confiança para uma primeira vitória no Brasil. O Autódromo de Jacarepaguá, que estava lotado, foi ao delírio quando os carros alinharam-se no grid.

Mas logo que posicionou o seu carro na primeira fila, o piloto percebeu que o câmbio tinha problemas. Voltou rápido aos boxes, trocou de carro e largou dali, em último, voando. O que Ayrton não tinha sido informado pela equipe é que essa manobra era passível de punição – e os próprios comissários não se manifestaram até a volta 30 sobre este procedimento.

Na segunda largada, Prost passou Mansell e assumiu a liderança da prova. Em três voltas, Senna foi do 24º para o 18º lugar, e na volta 13 já era 7°, ultrapassando logo a seguir Boutsen e Alboreto.

Era não só uma bela tentativa de recuperação, mas também uma forma de mostrar a superioridade que Ayrton poderia ter sobre os demais com um carro que realmente dava a ele chances de ser campeão.

Pouco tempo depois, Senna tinha Piquet na mira, e quando todos pensavam que iriam batalhar pelo quarto lugar, Nelson não ofereceu nenhum tipo de resistência e Senna passou, herdando pouco depois o segundo posto, com a desistência de Mansell e o pit stop de Berger.

Quando buscava alcançar Prost, Senna teve que fazer sua parada e os problemas voltaram. O brasileiro fazia sinais de problemas na refrigeração do lado esquerdo para os mecânicos, que pareciam não entender qual seria a solução. Seu pit stop demorou 32 segundos e o brasileiro retornou para a pista em sexto lugar, atrás de Prost, Berger, Piquet, Alboreto e Boutsen.

Duas voltas após sair do pit (volta 30), um comissário acionou a bandeira preta com a placa número 12 (numeral do carro de Ayrton), tirando a possibilidade de Senna pontuar pela primeira vez com a McLaren. Apesar das inúmeras tentativas de Ron Dennis em afirmar que a troca de carro no início estava de acordo com o regulamento, os comissários não viram desta forma.

A súmula da corrida decretou que o “carro número 12 não obedeceu o procedimento de largada” , obrigando-o a recolher sua McLaren.

Ayrton Senna parou, mas não sem antes dar esse show na pista.O pódio em Jacarepaguá foi formado por Alain Prost, Gerhard Berger e Nelson Piquet.

Não foi o começo que Senna esperava para a temporada de 1988, mas certamente o final dela seria como o planejado, com a conquista do primeiro título de campeão mundial de F-1 naquele ano.

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