Sem conseguir as condições que desejava para a renovação de contrato para a temporada de 1993 da F-1, Ayrton Senna aproveitou a folga de fim de ano de 1992 para testar, junto com o amigo Emerson Fittipaldi, um carro da Fórmula Indy.
Naquela época, Ayrton estava muito receoso com a mudança de motores que a equipe McLaren estava fazendo, abandonando os Honda e passando a competir com os Ford, além do forte domínio que a Williams impunha na categoria com seus carros, sobretudo pela alta tecnologia de seus controles eletrônicos.
Chegando até a pensar em fazer um ano sabático fora da F-1 em 1993, Senna foi até os Estados Unidos, mais precisamente em uma pequena pista dentro do deserto do Arizona, ao lado de Phoenix, para fazer seu primeiro teste na categoria: o autódromo de Firebird.
Nesta pista travada, estreita e “parecida com um kartódromo”, como o próprio Fittipaldi definiu, Senna deu suas primeiras e únicas voltas em um carro da categoria. O modelo utilizado foi o Penske PC21 com motor Chevrolet turbo que a equipe correu durante a temporada de 1992.
O Senna TV foi até Detroit para conhecer o único carro de Fórmula Indy pilotado por Ayrton Senna. De quebra, ainda conversamos com o dono da máquina: Roger Penske.
Em entrevista a repórter Silvia Vinhas da TV Bandeirantes, que acompanhou o teste em Firebird, o já tricampeão mundial de F-1 se disse muito satisfeito por poder experimentar o carro da Indy.
“A pista realmente era muito lenta, o carro funciona de uma forma muito particular, mas a sensação, o gosto, é ótimo. Estou muito feliz em poder constatar o que realmente é um carro da Indy”, disse Senna. “Um dia vou guiar esse carro, é só questão de tempo. É só esperar o momento certo para participar das corridas nos Estados Unidos”, completou.
Emerson comentou que para ele “foi um dia muito especial” ter Ayrton junto, dividindo o mesmo carro em um dia de testes. Em tempos extraoficiais, Fittipaldi cravou a melhor de suas passagens em 49s70 enquanto Senna virou mais rápido: 49s09.
E, como sabemos, a temporada 1993 teria mesmo Senna na McLaren, sendo o ano considerado por muitos como uma “aula de pilotagem”, incluindo vitórias históricas como a do GP Brasil e o GP da Europa em Donington Park, quando superou Alain Prost e Damon Hill mesmo com um carro em piores condições que a Williams.