A redenção e as pazes com Mônaco

No GP de Mônaco de 1989, Senna chegou pela primeira vez ao Principado como campeão mundial de F-1. Além da responsabilidade de agora se apresentar como detentor do cobiçado título de melhor piloto do mundo, o brasileiro queria mostrar que o erro do ano anterior havia sido superado.

Como já era comum naqueles dois anos em que os dois gênios da F-1 dividiram a McLaren, o brasileiro mais uma vez não deu chances para Alain Prost no treino classificatório e cravou a pole position com 1s148 de vantagem para o francês.

Confira a volta da pole de Senna em Monte Carlo:

Na corrida, Senna manteve a ponta no início e sua habilidade para “se livrar” dos retardatários ficava nítida no apertado circuito de rua de Monte Carlo: o brasileiro ultrapassava os carros que vinham uma volta atrás em diversos pontos, como na saída do túnel, na reta dos boxes e até na descida do Cassino. Como Prost não tinha a mesma facilidade, o brasileiro começou a ampliar sua vantagem.

Na volta 32, Andrea de Cesaris e Nelson Piquet se tocaram na Loews, a curva mais lenta do circuito, e causaram um congestionamento de carros digno da hora do rush em uma grande metrópole. Prost estava entre os prejudicados e com isso viu sua chance de encostar em Senna ficar praticamente impossível (vale lembrar que não havia regras como safety-car ou bandeira amarela naqueles tempos).

Assim, o brasileiro venceu a corrida com 52 segundos de vantagem para o francês, uma diferença bastante semelhante a que o piloto brasileiro tinha quando abandonou a corrida em 1988. Após a prova, Senna estava bastante feliz com sua 16ª vitória na F-1 e ainda confessou aos jornalistas brasileiros que havia perdido a primeira e a segunda marcha na parte final do GP.

“Considerando os problemas que tive foi um belo resultado”, disse Ayrton, ao surpreender a todos com a informação de que estava sem as duas primeiras marchas. “Primeiro fiquei sem a primeira marcha, cinco voltas depois, foi a vez da segunda. Com isso tive que mudar meu estilo de pilotagem para manter o mesmo ritmo e com isso evitar que o Prost notasse esse detalhe”, disse Senna à imprensa brasileira logo depois da corrida.