Havia um boato circulando os bastidores de Monza que dizia que Ayrton Senna estaria acertado com a Ferrari para a temporada de 1991, substituindo Nigel Mansell. De concreto, porém, apenas a disputa que se anunciava por cada metro do circuito entre Ferrari e McLaren. Não havia um grande favorito.
Nos treinos, as equipes se intercalaram nas duas primeiras filas: Ayrton Senna conquistou a pole position e largaria ao lado de Alain Prost. Berger e Mansell sairiam da segunda fila. Mas, depois da largada, Ayrton Senna acelerou mais e venceu, conquistando mais um “grand chelem” pra sua carreira, ao faturar a pole-position, volta mais rápida e a vitória, que, por sinal, foi de ponta a ponta.
Apesar da intensa disputa na pista, a ordem do grid largada permaneceu idêntica na chegada em relação aos quatro primeiros colocados, com Prost em segundo, Berger em terceiro e Mansell em quarto.
Na largada, o austríaco da McLaren ultrapassou o francês, quanto o brasileiro se manteve na liderança. Berger até tentou perseguir Senna, mas aos poucos a McLaren número 28 foi perdendo rendimento devido ao estilo agressivo do piloto, com freadas bruscas e ataques excessivos às zebras. Senna, por outro lado, mantinha uma tocada mais suave e era mais rápido nas saídas das curvas.
Com o rendimento do austríaco caindo, Prost aproveitou-se bem para ultrapassá-lo na volta 21 e iniciou a tentativa de buscar Senna até a última volta, mas sem sucesso. Esta foi a sexta vitória de Ayrton na temporada, a 26ª na carreira e a primeira conquistada em Monza, estragando a festa da Ferrari em sua casa, fato que se repetiria dois anos mais tarde.
Foi uma conquista importante para o brasileiro, já que Senna estava com um forte desejo de quebrar a “Maldição de Monza” que o atormentava desde 1987, quando sempre estava perto da vitória, mas algum fator o atrapalhava.
Em 1987, uma rodada na curva parabólica perto do final fez com que Piquet assumisse a liderança e vencesse. No ano seguinte, a duas voltas do final, Senna acabou se envolvendo em um acidente com o retardatário, o francês Schlesser, que tirou a vitória do brasileiro – foi a única prova, por sinal, que a McLaren não venceu na temporada 1988.
Em 1989, com mais de 20 segundos de para Alain Prost, o motor de Ayrton estourou, algo extremamente raro para os super confiáveis propulsores japoneses da Honda.
O caminho para o segundo título mundial estava pavimentado. Depois do pódio, Ayrton Senna colocou mais lenha na fogueira dos boatos e, diante da insistência de um repórter italiano, confirmou a ida para a Ferrari. Mas somente depois de terminar o contrato com a McLaren. Só não revelou quando o contrato terminava.
Uma outra curiosidade sobre a prova: Ron Dennis não acreditava em vitória dentro do território da Ferrari. Ayrton Senna então fez uma aposta: se ganhasse a prova, ganharia de presente o carro da corrida. A McLaren número 27 encontra-se hoje dentro da sede do Instituto Ayrton Senna em São Paulo, dando boas vindas a todos os visitantes.
Gp da Itália
1º
Ayrton Senna
2º
A. Prost
3º
G. Berger
4º
N. Mansell
5º
J. Alesi
6º
T. Boutsen
7º
R. Patrese
8º
A. Nannini
9º
N. Piquet
10º
M. Gugelmin
11º
M. Donnelly
12º
D. Warwick
13º
E. Bernard
14º
S. Nakajima
15º
P. Martini
16º
I. Capelli
17º
S. Modena
18º
A. Suzuki
19º
E. Pirro
20º
P. Alliot
21º
A. Caffi
22º
M. Alboreto
23º
O. Grouillard
24º
Y. Dalmas
25º
A. de Cesaris
26º
N. Larini
53
voltas
26
carros
12
abandonos
1’26”254
volta mais rápida
1º
tempo ensolarado
Pódio
1º
Ayrton Senna
2º
A. Prost
3º
G. Berger
1º
Posição de final
1º
posição no campeonato após a prova
1º
posição de largada
9
pontos somados no campeonato
1’26”254
melhor volta