Apesar de ter dominado com certa facilidade a temporada de 1989, a McLaren encontrou diversos problemas para os acertos em Hungaroring. O sinuoso circuito aumentava as chances de carros com motores mais fracos e pela primeira vez em 13 meses a pole position não ficava nas mãos de Ayrton Senna ou de Alain Prost. A última vez em que isso havia acontecido foi em julho de 1988, no GP da Inglaterra, quando Gerhard Berger havia cravado a volta mais rápida do treino classificatório com a Ferrari.
Na Hungria, dessa vez foi a Williams de Riccardo Patrese que conseguiu tirar a pole das McLaren. Senna ficou com a segunda colocação, apenas 0s313 atrás do piloto italiano, que cravou seu melhor tempo em 1min19s726.
Na segunda fila estava a grande surpresa dos treinos: Alex Caffi, piloto italiano da Dallara, que fez seu melhor treino da carreira justamente na Hungria. Ao lado de Caffi, na quarta posição, estava a Williams de Thierry Boutsen. Prost largaria somente da terceira fila, em quinto lugar. Berger era o sexto no grid com a Ferrari.
No campeonato, Prost liderava com 53 pontos, Senna tinha 36, enquanto Patrese e Nigel Mansell estavam empatados com 25 pontos. O “Leão”, que havia conquistado sua única vitória em 1989 no Brasil, seria um dos grandes personagens da corrida. Ele largava apenas da 12ª posição com a Ferrari.
O retrospecto para os brasileiros na Hungria era de 100% de aproveitamento e ótimas lembranças: Nelson Piquet fez duas dobradinhas com Senna ao vencer em 1986 e 1987 com a Williams, enquanto Ayrton venceu com a McLaren em 1988.
Na largada, Patrese e Senna se mantiveram nas primeiras posições. Caffi conseguiu segurar o terceiro lugar na volta inicial, mas aos poucos a Dallara mostrou que não tinha um bom ritmo de corrida e o italiano foi sendo ultrapassado por todo o pelotão que utilizava pneus Goodyear, mais resistentes aos Pirelli da Dallara.
Após as primeiras 10 voltas, Patrese liderava, Senna era o segundo e Berger subiu de sexto para o terceiro lugar, após superar Prost e Boutsen na largada e Caffi ainda no início. O quarto colocado era o francês da McLaren e Caffi lutava para manter o quinto lugar.
Boutsen era apenas o sexto colocado, Alessandro Nannini era o sétimo e Mansell já era o oitavo colocado.
Com problemas, Nannini fez um pit-stop e Mansell logo colou na traseira de Boutsen, conquistando o sexto lugar ainda antes da 20ª volta. Com o carro mais rápido da prova naquele instante, o inglês não demorou também para encostar e ultrapassar Caffi com facilidade para obter o quinto lugar.
Na parte da frente, Senna mantinha-se próximo de Patrese e com isso Berger e Prost começavam a encostar no brasileiro na luta pelo segundo lugar. A fila com os quatro primeiros colocados estava formada, mas, com Mansell tirando 2 segundos por volta dos 13 segundos que tinha de desvantagem para Prost, logo o britânico encostaria nos líderes.
Com 28 voltas completadas, Berger foi o primeiro dos líderes a trocar seus pneus e foi ultrapassado por Mansell, que já era o quarto colocado. Patrese continuava segurando Senna e Prost, por isso o britânico conseguiu colar em Prost já na volta 38.
Na 41ª volta, Mansell fez uma ultrapassagem ousada no francês e grudou no retrovisor de Senna. O Leão dava show em Hungaroring, mas ainda precisava dividir várias freadas com o brasileiro, que não entregaria a posição facilmente.
Na abertura da volta 53, quando Mansell parecia com o bote armado para tomar a posição de Senna, o brasileiro conseguiu pegar o vácuo de Patrese e executou uma bela manobra sobre o italiano, que sequer pôde se defender no final da reta principal.
O problema para o brasileiro foi que o “Leão” aproveitou o descuido do italiano e duas curvas depois também ultrapassou o piloto da Williams. Ao final da mesma volta, Patrese entrou para os boxes e o time percebeu que um furo no radiador foi o motivo da queda de rendimento do seu carro.
Senna liderou a corrida por cinco voltas, mas logo depois, na 58ª volta, o brasileiro foi atrapalhado pela Onyx do retardatário Stefan Johansson, que vinha muito lento na pista. Para não bater na traseira do sueco, Senna precisou frear e Mansell ultrapassou os dois com facilidade para tomar a liderança e seguir na ponta até o final em uma brilhante recuperação de 12º para o 1º lugar.
Enquanto isso, Berger abandonava a prova com problemas de câmbio em sua Ferrari e deixava a disputa do terceiro lugar para Prost e Boutsen. Com um atraso em seu pit- stop, Prost perdeu o lugar no pódio para o belga. Em quinto, ficou o norte-americano Eddie Cheever, da Arrows, que havia largado em 16º e vinha em uma tática sem paradas de box. Nelson Piquet, que largou apenas em 17º lugar com a Lotus, terminou na sexta posição.
Com o segundo lugar, Senna chegou aos 42 pontos no campeonato e diminuiu a vantagem de Prost, que com o quarto lugar seguia líder com 56. Mansell, após uma das maiores corridas de sua carreira, assumiu o terceiro lugar com 34 pontos.
O próximo GP estava marcado para Spa Francorchamps, na Bélgica, em duas semanas.
gp da hungria
1º
R. Patrese
2º
Ayrton Senna
3º
A.Caffi
4º
T. Boutsen
5º
A. Prost
6º
G. Berger
7º
A. Nannini
8º
S. Modena
9º
D. Warwick
10º
P. Martini
11º
J. Alesi
12º
N. Mansell
13º
M. Gugelmin
14º
I. Capelli
15º
M. Brundle
16º
E. Cheever
17º
N. Piquet
18º
A. de Cesaris
19º
J. Palmer
20º
S. Nakajima
21º
B. Gachot
22º
P. Ghinzani
23º
L. Perez-Sala
24º
S. Johansson
25º
E. Pirro
26º
M. Alboreto
2º
posição no campeonato após a prova
2º
posição de largada
6
pontos somados no campeonato
1’22”637
volta mais rápida (n. mansell)
Não carreguei o carro nas costas, mas tive que empurrá-lo bastante
77
voltas
26
carros
113
abandonos
1’23”313
melhor volta
tempo nublado
Pódio
1º
N. Mansell
2º
Ayrton Senna
3º
T. Boutsen