Mais um começo de temporada para Ayrton Senna, o atual campeão do mundo. Mas não era um começo muito animador. Andou com o mesmo carro que o consagrou em 1991 na corrida de estreia, na África do Sul, mas assistiu a uma incrível melhora da Williams em relação ao ano anterior.
Se já era difícil vencê-la antes, o novo carro da equipe ganhou o status de imbatível, sendo lembrado até os dias de hoje como uma das obras-primas da engenharia da Fórmula 1.
Mesmo assim, Senna ainda conseguiu a segunda colocação durante os treinos. A pole position ficou com Nigel Mansell. O britânico cravou 1min15s486 em um dia atípico para a Fórmula 1. Era um 29 de fevereiro, dia mais raro do calendário, que somente aparece uma vez a cada seis anos. A data nunca recebeu um Grande Prêmio, mas por apenas dois anos fez parte dos treinos da F-1: ambos em Kyalami, sendo que a primeira vez havia acontecido em 1980.
Na sequência da classificação, Senna conversou rapidamente nos boxes com os engenheiros e confinou-se. Só saiu porque sua presença na coletiva de imprensa era obrigatória.
Ainda parou para conversar com Christian Fittipaldi, que estreava na Fórmula 1, com o 20o lugar na largada, e convidou-o:
“Vamos lá ouvir abobrinhas. Com o carro que tenho não dá nem para falar mal do Mansell”
No domingo, sabendo do poder da suspensão ativa, principal segredo do carro da Williams, Mansell preocupou-se basicamente com a largada. Após segurar a ponta, não teve muito trabalho para vencer de ponta a ponta e ainda cravar a volta mais rápida.
Ayrton Senna fez o possível: foi terceiro, atrás das Williams. O brasileiro disputou a vice-liderança com Riccardo Patrese, mas não foi possível superar o carro do piloto italiano, que levou a segunda colocação ainda na primeira volta.
Depois do pódio, em nova coletiva, Senna só pôde falar bem sobre o piloto e o carro ingleses.
A prova de 1992 marcou o retorno da África do Sul após as sanções do Apartheid e foi um dos primeiros eventos esportivos no país que conseguiria receber eleições livres dois anos depois.
Gp da África
do sul
1º
N. Mansell
2º
Ayrton Senna
3º
G. Berger
4º
R. Patrese
5º
J. Alesi
6º
M. Schumacher
7º
K. Wendlinger
8º
M. Brundle
9º
I. Capelli
10º
A. de Cesaris
11º
J. Herbert
12º
O. Grouillard
13º
E. Comas
14º
T. Boutsen
15º
G. Tarquini
16º
A. Suzuki
17º
M. Alboreto
18º
U. Katayama
19º
G. Morbidelli
20º
C. Fittipaldi
21º
M. Hakkinen
22º
B. Gachot
23º
M. Gugelmin
24º
J. Lehto
25º
P. Martini
26º
E. Van de Poele
72
voltas
26
carros
13
abandonos
1’17”578
volta mais rápida
tempo nublado
Pódio
1º
N. Mansell
2º
R. Patrese
3º
Ayrton Senna
3º
posição final
3º
posição no campeonato após a prova
2º
posição de largada
4
pontos somados no campeonato
1’18”140
Melhor Volta
Mas tudo isso (os novos ajustes de motor que possibilitariam maior potência) só daqui a um mês, no GP do Canadá